1-
”Currículo
DEMOSTHENES
MARTINS
Profissão
– Advogado – inscrito sob n. 15 na OAB, Seção de Mato Grosso do Sul
Estado
Civil – Casado
Nome
da Esposa – Corila Lesonier Martins
Filiação
(Pai) – João Pinto de Abreu e Silva
(Mãe) – Emília Pinto de Abreu e Silva
Endereço
– Rua Pedro Celestino, 1079 – CEP – 79015 – Fone 624-2456 Mato Grosso do Sul
Idade
– 93 anos. Nascido em 26-10-1894 na cidade de Goiana – PE.
2-
Participação
Telegrafista
do Telegrafo Nacional de 1911
a 1919
Prefeito
de Nioaque – de 1921 a
1922
Prefeito
de Bela Vista de 20-06 a
31-12-1923
Coletor
Estadual de Bela Vista de 1924
a 1926
Secretario
da Prefeitura de Campo Grande de 1937
a 1942
Prefeito
de Campo Grande de 1942 a
1945
Vereador
e Presidente da Câmara Municipal de 1947 a 1951
Vereador
e Presidente da Câmara Municipal de Maracaju em 1937
Secretario
do Interior, Justiça e Finanças de Mato Grosso de 1951 a 1952
Secretario
da Agricultura, Viação e Obras Publicas de Mato Grosso de 1952 a 1956
Membro
da Diretoria da CELUSA (Centrais Elétricas de Urubupungá), de 1962 a 1966
Secretario
do Interior, Justiça e Finanças do Estado de Mato Grosso de 1962 a 1966
Membro
da ORDEM DO MÉRITO JUDICIÁRIO MILITAR,
no grau de DISTINÇÃO do quadro ESPECIAL.
Presidente
do Diretório regional da UDN (União Democrática Nacional) do Estado de Mato
Grosso, de 1962 a 1964
Membro
da Subcomissão de Investigações de Mato Grosso de 1970 a 1976
Membro
da Academia Mato-grossense de Letras (Cadeira n.28)
Membro
da academia Sul Mato-grossense de Letras (Cadeira n.5)
Membro
do Instituto Histórico e Geografia de Mato Grosso
Membro
do Instituto Histórico e Geografia de Mato Grosso do Sul
Membro
da Sociedade Geográfica brasileira de S.Paulo
Diretor
do jornal “O PROGRESSISTA “de Campo Grande MS de 1937 a 1937
Autor
dos livros “A POEIRA DA JORNADA” (Memorias) “HISTORIA DE MATO GROSSO” (Esboço histórico),
“CAMPO GRANDE” ASPECTOS JURÍDICOS E POLÍTICOS, “MARECHAL RONDON” (Ensaio biográfico)
Na
Revolução Constitucionalista de 1932, foi 1º do batalhão de Sapadores da
Noroeste do Brasil, servindo de oficial de ligação do comando da Circunscrição
Militar de Mato Grosso.
É
cidadão de Mato Grosso em virtude da Resolução n. 19 de 15 de Setembro de 1973,
da Assembleia Estadual.
É
cidadão Campo-grandense pelo decreto n. 82, de 3 de dezembro de 1983.
3-
Considerações Recebidas
Medalha
do Pacificador
Medalha
Candido Mariano da Silva Rondon, da Sociedade Geográfica Brasileira de S.Paulo,
Medalha
9 de julho dos Veteranos de 32 (M.M.D.C)
Diploma
de COLABORADOR EMÉRITO DO EXÉRCITO, outorgado pelo Comando do II Exercito
COLAR
PURO TAQUES – outorgado pelo Instituto Genealógico Brasileiro de S. Paulo
Demostenes
Martins
4- Escalada Política – Prefeito De Nioaque
“Em
1921, o prefeito de Nioac, o fazendeiro Francisco de Paula Souza, renunciou o
cargo (que era de organização municipal, ausente os 1º e 2º vices Intendentes,
caberia a Câmara Municipal nomear o substituto. Fui nomeado.
As
insignificantes rendas municipais não permitiam nenhuma atividade construtiva.
Cingi-me ao atendimento burocrático e animar o concessionário do serviço de
iluminação da vila e levar a efeito o seu projeto, o que efetivamente se
realizou, inaugurando-se esse serviço dois meses depois. O concessionário era o
Senhor Estanislau Lolli Ghetti, de Nacionalidade italiana, morador antigo da
vila. A iluminação era feita nas ruas e domicílios, pelo espaço de 5 horas.
Esforcei-me
junto ao General Rondon, Diretor de Engenharia do Exército e Chefe da Comissão
de Linhas telegráficas e Estratégico de Mato Grosso ao Amazonas, valendo-me da
amizade que generosamente me dispensava, para a efetivação da construção da
Rodovia Aquidauana – Nioac – Bela Vista, projeto seu, em vista de tratar-se de
zona de fronteira. A Tropa que guarnecia Bela Vista, o 10º Regimento de
Cavalaria, não dispunha de meios de comunicação com as demais guarnições
acantonadas no Estado. Era um núcleo isolado, às margens do Apa, a linha
divisória do Brasil com o Paraguai.
Em
1922, fui atendido no meu pedido. O General Rondon, designou o Major Júlio
Caetano Horta Barbosa para proceder aos estudos da rodovia de Aquidauana a Bela
Vista e da transversal de Nioac à estrada carreteira da Cabeceira do Apa.
Vindo
à Nioac, o Major Horta Barbosa, expôs-me as dificuldades na obtenção de verbas
para o Serviço da Diretoria de Engenharia pelo que, inicialmente, apenas seria
melhorada a estrada trafegada pelos primeiros automóveis, entre Aquidauana e
Nioaque. E como lhe encarecesse a necessidade da abertura da estrada para a
serra, que a Diretoria de Engenharia designava como transversal de Nioac a
Cabeceira do Apa, o que importava em ligar a sede do município à sua parte mas
próspera, que se situava no planalto da serra de Maracaju, assegurou-me ele que
essa estrada seria aberta.
Desse
nosso entendimento ficou assentada a colaboração da Intendência Municipal para
o desenvolvimento do trabalho.
Quando
já não mais exercia o cargo de Intendente de Nioac, recebi datada de 24 de
Novembro de 1923, carta do Major Horta Barbosa em que me dizia: “Estimo muito
saber que a nova estrada entre Aquidauana e Nioac já esta sendo trafegada por
automóveis e há esperanças de melhorar também a da Serra, felicitando-o por
essa vitória, que grande parte lhe pertence, como campeão que foi e um dos
esforçados cooperadores desse melhoramento para Nioac”.
Em
novembro de 1922, inspecionando os trabalhos do seu setor, o Major Horta
Barbosa, num Ford, guiado pelo motorista Antônio Rinaldi (italiano), foi o
primeiro automobilista a subir pela estrada da Serra até galgar o último
aclive.
Substituído, em seguida, por Alarico David
Medeiros, na Intendência, que eu renunciara, prosseguiram esses trabalhos
rodoviários.
Deixei,
também, resolvida a questão do domínio de vários terrenos urbanos, cujos
proprietários, quase todos militares do antigo 7º Regimento de Cavalaria,
sediada em Nioac, os abandonaram.
Como
haviam duvidas de impostos dos mesmos, propus a ação de cobrança e não
resgatada a dívida, feita a penhora e praça, foram esses terrenos arrematados
por interessados na sua aquisição, regularizando-se, assim, a sua cadastral.”
5-
Prosseguindo Na Jornada.
Fixado
em Nioac, onde me afirmava na atividade de advogado – minha vocação – e na
política – a predominante na minha formação – senti a necessidade de organizar
a minha situação pessoal, constituindo um lar, onde me refugiaria da solidão
que enfrentava em razão da falta quase absoluta de vida urbana naquela
comunidade.
A
esse tempo a distração que se apresentava era unicamente as festas religiosas
tradicionais e as reuniões dançantes comemorativas de aniversário e casamentos.
Nada mais...
Certo
dia, no cartório do 2º Ofício, de João Onofre Alves Ribeiro, onde eu passava a
maior parte do tempo do dia, auxiliando-o, a propósito da familiarizar-me com a
marcha processual dos feitos judiciais, ali chegou uma bonita Jovem, amiga da
família, que entabulou conversa com a senhora daquele serventuário, D. Ana
Ribeiro, ou Donana, como todos a tratavam.
Durante
a permanência dela no local, não me cansei de
olhá-la,
na minha devoção a toda mulher bonita. Quando ela se retirou, Donana me
perguntou:
6-
Casamento Com Uma Nioaquense
─
Gostou de ver a minha vizinha? Olhou tanto pra ela...
─
Respondi-lhe usando um termo de gíria, satisfeito do rumo da conversa, que me
daria as informações desejadas:
─
É um peixão! Como é mesmo o nome dela?
─
Corila. É uma das filhas da comadre, minha vizinha. Todas moças bonitas e
prendadas. Esta é professora da Escola Estadual (primária) e estuda com o
professor Aguiar Pimenta e aprende bandolim com o João Faviere, seus amigos.
Uma boa esposa para você, rapaz, que está precisando de se casar. Não é só a
mulher que desvaloriza com a velhice. Homem também! Cuide-se disso... E
melíflua insinuante, alvitrou:
─
Por que não lhe lança o seu anzol?
No
Primeiro baile de que participamos, tirei-a para dançar, estabelecendo nosso
primeiro contato – o começo do namoro. De então em diante, em todas as rezas da
Capela, nos bailes e aniversários, sempre nos encontrávamos, crescendo amizade.
Às vezes quando Prefeito, ia à escola a pretexto de examinar uns reparos que
fazia no prédio somente para uma ligeira palestra, satisfazendo a tração que
por ela sentia, o enlevo que me provocava.
Nosso
namoro cresceu, levou-nos ao noivado e consequentemente ao casamento, que se
realizou no dia 22 de Julho de 1922.
A vizinha de Donana, então, tornou-se minha mulher,
Corila Lessonier Martins, filha de Guilherme Lessonier, gaúcho, e Romualda
Vasquez Lessonier, uruguaia, um casal que a exemplo de muitos outros, veio do
Rio Grande do Sul, atraída pela sedução das terras novas e dadivosas, em tudo propiciatória
de futuro promissor.”
Em
1923 transferiu-se para Bela Vista, onde foi exercer as funções de Intendente.
“A
política de Bela Vista ficara extremada. Descambara para as inglórias lutas
anteriores, propiciadas pelo rompimento político do presidente Mário Correa
contra o Coronel Pedro Celestino. Em vista disso decidi retornar para Nioac, o
que ocorreu, nos primeiros dias do mês de Janeiro de 1928.
Meu
retorno, porém, foi breve, porque Nioac ia perdendo todas as duas posições de
liderança. A criação dos Distritos de Paz de Vista Alegre (Resolução Estadual
n. 892, de 13.07.923) e Maracaju (Resolução n. 912 de 08.07.924) no planalto da
serra de Maracaju e o advento do tráfego de automóveis naquela região,
favorecido pela topografia de terreno extremamente plano – os famosos campos de
Vacaria – amesquinhavam a situação de minha pequena cidade e transferiam para
Campo Grande o relacionamento comercial dos habitantes de toda região.
Posteriormente,
pelo desenvolvimento da Povoação de Maracaju, foi o Distrito elevado a
categoria de Município (Lei n. 982 de 07.07.928).
À
vista dessa modificação, tive que acompanhar a Comarca, indo instalar-me em
Maracaju, o que ocorreu logo depois do nascimento do meu terceiro filho,
Demostenes, em 25 de Fevereiro de 1929” .
Martins,
Demostenes
A
poeira da Jornada – memórias
Editora
Resenhas Tributárias Ltda.
São
Paulo – SP”
<><><><><><><>
Da Academia Sul
Matogrossense de Letras
Cadeira 28 Demósthenes Martins da Silva
Biografia
Nasceu na cidade de Goiana-PE, no dia 26 de outubro e
1894.
Bacharelou-se em Direito, em 1919.
Antes de chegar a Mato Grosso, percorreu o Estado como
telegrafista, mas foi em Campo Grande, no ano de 1937, que estabeleceu
residência, tendo sido nomeado Secretário da Prefeitura Municipal da mesma
cidade.
Homem público, sua carreira teve início como prefeito de
Nioaque (1922). Em Bela Vista (1923) foi Vereador e Presidente da Câmara
Municipal até 1951 e em Campo Grande (1942-45), quando teve a oportunidade de
receber, no ano de 1943, a visita do presidente Getúlio Vargas.
Foi Secretário de Estado de Interior, Justiça e Finanças
de Mato Grosso, de 1951 a 1952; Secretário de Agricultura, Viação e Obras
Públicas, de 1952 a 1956; Secretário do Interior, Justiça e Finanças, de 1962 a
1966.
Demósthenes foi diretor das Centrais Elétricas de
Urubupuná (Celusa), de 19861 a 1965.
Foi um dos fundadores da Academia de Letras e História de
Campo Grande. Em 1973 recebeu, da Assembleia Legislativa, o título de Cidadão
Mato-Grossense.
Faleceu em Campo Grande-MS, no dia 15 de março de 1995,
aos 100 anos. Seis meses depois, em 26 de setembro, o Prefeito Municipal
Juvêncio César da Fonseca inaugurou a praça do bairro Villas Boas, nominando-a
Praça Demósthenes Martins.
Bibliografia
Deixou publicadas as seguintes obras:
·
Marechal Rondon (1962),
·
Campo Grande:
aspectos jurídicos e políticos do município (1972),
·
História de Mato
Grosso (1975),
·
Uma Comarca (1978),
·
A poeira da jornada:
memórias (1980) e
·
In memoriam:
Fernando Corrêa da Costa (1989).
Descobri esse artigo pesquisando por "Guilherme Lessonier". E acabei descobrindo a encantadora história do Dr. Demosthenes e a incrível coincidência de que sua esposa e eu descendemos de Guilherme Lessonier e Nathalia Roza Lessonier. Ambos falecidos em Uruguaiana/RS. Abraço,
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