Imagem2 ao lado, José Francisco Lopes, 1925, extraída de um recorde de uma
fotografia da família. José Francisco Lopes (filho) do Guia Lopes, tinha o mesmo nome do pai. Foi um dos participantes da fundação do Patrimônio, e doou 20 hectares das terras da sua Fazenda, para iniciar o loteamento da futura cidade.
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GUIA LOPES DA LAGUNA - MS.
Entre[1]
todos os Municípios que Deslembraram do Território de Nioaque, a Região de Guia
Lopes da Laguna sempre foi a mais próxima, historicamente e na ocupação
territorial, isto em virtude das proximidades; Campo Grande Ponta Porã,
Maracaju e Bela Vista cada uma destas regiões desenvolveram características bem
peculiar, diferente de Guia Lopes, a caçulinha, herdou em muito as mesmas
características.
Figura 1 - Tratado
de Tordesilhas
As outras cidades e municipalidades
surgem de uma fazenda, pouso, encontro de estrada, rio, algum tipo de ocupação
ou exploração. A cidade de Guia Lopes da
Laguna diferentemente, nasce de um plano, organiza-se a fundação, institui ata
de fundação, comunicam as autoridades federal e estadual sobre seu nascimento,
com participação de civis e militares da região inclusive de Nioaque.
1
Descobrimento da América e Brasil
Em
12 de outubro de 1492, a expedição comandada por Cristóvão Colombo chegou pela
primeira vez na América, hoje América Central.
No dia 7 de julho de 1494 é
assinado entre Portugueses e Espanhóis um tratado de divisão territorial das
terras a virem a ser descobertas e
outras já descobertas com o nome de Tratado
de Tordesilhas.
No
ano de 1500, 22 de abril sucede o acontecimento da chegada dos portugueses nas
terras do Brasil. Episódio conhecido como Descobrimento do Brasil. Pelo tratado
de Tordesilhas, as terras litorâneas do Brasil, Leste, pertenciam
a Portugal e as terras localizadas na região Oeste, para o reino Espanhol.
Um
fato Histórico, de consequência importante para a nossa região foi a União
das Coroas Ibéricas - 1580 - 1640, com a morte do jovem Rei de
Portugal, Dom Sebastião,
Este período luso-espanhol foi
bastante significativo para o Brasil e para a nossa região sul mato-grossense e
também guia-lopense. O governo espanhol
conservou as autoridades portuguesas na Colônia do Brasil; permitiu a
exploração do interior do Brasil através das expedições conhecidas pelo nome de
Entradas e Bandeiras; principalmente esta última, estabeleceu o comércio do sul
da Colônia com a região do rio da Prata.
Com
a Colônia do Brasil, anexada as demais espanholas, a linha Meridional de
Tordesilhas agora não tinha mais efeito,
1.1 Criação da Capitania de Mato Grosso e Povoamento da Região Sul de Mato Grosso
Com
a descoberta do ouro na região cuiabana, trouxe a corrida da exploração e o
povoamento. Para atender
administrativamente a região Oeste do Rio Paraná, o Governo Português resolve criar a Capitania de Mato Grosso, desmembrando
a região da Capitania de São Paulo.
No dia 9 de maio de 1748, por Carta
Régia, foi criada a Capitania de Mato Grosso.
A nomeação do seu primeiro Governador e Capitão General recaiu sobre Dom
Antônio Rolin de Moura Tavares, que se empossou no cargo a 17 de janeiro de
1751, em Cuiabá.
Por volta de 1829, vão surgir
Bandeiras de exploradores e povoadores,
sertanistas precedentes de Minas Gerais e São Paulo, fixando na região da
Grande Santana do Paranaíba (hoje Paranaíba), famílias de sobrenomes Garcia,
Leal, Lopes, Barbosa, Rosas, Fernandes.
Dentre os irmãos Lopes, filhos de Antônio Francisco Lopes,
teremos os irmãos Lopes Gabriel, Joaquim
e José Francisco, que desempenharam um papel relevante na história da
região sudoeste do nosso Estado de Mato Grosso do Sul. Sob a influência de José Garcia Leal, José
Francisco Lopes, veio aquém do Paranaíba explorar a região.
Joaquim
Francisco Lopes, o mais moço e dotado de algumas letras
e de espírito sertanista ocupará lugar de destaque nas explorações de
itinerários e de terras, entre elas a serviço do Barão de Antonina, dando
origem a Nioaque e também a região de Água Clara.
Gabriel
Francisco Lopes, na exploração do Planalto de Maracaju,
descobre a região de Vacaria e acaba constituindo posse na Cabeceira do
Apa. Influenciará a fundação de Bela
Vista. Casado com Dona Senhorinha Maria Barbosa de Lopes, filha de Antônio
Barbosa Lopes, fundador de posse de várias fazendas entre outras Desbarrancado,
Estiva, Jardim
José
Francisco Lopes, o nosso Guia Lopes, se constituirá na
Fazenda Jardim, às margens do Miranda, mais tarde contribuirá de maneira
indireta para a fundação da cidade e município, que recebe em homenagem o seu
nome, Guia Lopes da Laguna e Jardim.
Em 7 de setembro de 1822, tem a
proclamação da Independência do Brasil e a Capitania de Mato Grosso recebe a
denominação de Província de Mato Grosso, e o seu primeiro presidente foi o
Tenente Coronel José Saturnino da Costa Pereira.
Em torno de 1850, Antônio Gonçalves
Barbosa, já com muitos outros fazendeiros ao seu redor e com filhos crescidos,
fez posse e instalou fazenda à margem do Rio Miranda, com terra em ambos os
lados (hoje Jardim e Guia Lopes), onde levantou benfeitorias, inclusive
plantando laranjal. O José Francisco
Lopes, casado em segundas núpcias, dona Senhorinha, filha de Antônio Gonçalves
Barbosa, mudou-se, para a posse do Jardim, em 1858. Hoje os municípios de Guia Lopes da Laguna
e Jardim são os herdeiros das terras da Antiga Fazenda.
Em 1860, tivemos a fundação da
Colônia Militar de Miranda, no atual município de Guia Lopes da Laguna.
Com o progresso entre o eixo de
Aquidauana - Nioaque - Bela Vista, tendo a estrada rodoviária como a principal
via de acesso, transporte, comunicação, trânsito inicial de montaria a cavalo,
carretas e dos primeiros veículos que aventuravam trafegar por estes sertões, implicava
em melhoria das estradas e das pontes sobre rios e córregos. A análise deste fato será decisivo para
compreender as razões sobre a fundação do povoado de Guia Lopes da Laguna, uma
vez que a região já se encontrava toda ocupada por fazendas.
Em 15 de Novembro de 1889, com a Proclamação da República dos Estados Unidos
do Brasil (Hoje - República Federativa do Brasil), a Província de Mato
Grosso passa a denominar-se de Estado, e o executivo provincial de presidente passa
a chamar-se de Governador. Assim, o
primeiro presidente da República do Brasil, foi Marechal Deodoro da Fonseca e o
primeiro Governador do Estado de Mato Grosso foi o General Antônio Maria
Coelho.
A região, hoje compreendida pelo
Município e cidade de Guia Lopes da Laguna, pertenceu outrora aos espanhóis,
principalmente a Província de Assunção - Paraguai. Depois a Capitania de São Paulo; a partir de
1748 a Capitania de Mato Grosso; depois ao Município de Corumbá; em seguida
pertenceu ao Município de Miranda e somente em 1890 passou a pertencer ao
Município de Nioaque, do qual foi desmembrado em 1953; em 1942, foi incorporado
a Território Federal de Ponta Porã, desmembrado de Mato Grosso; em 1946, com a extinção do Território, retorna administrativamente
ao Estado de Mato Grosso; e em 1977, constitui um dos 55 municípios formadores
do novo Estado de Mato Grosso do Sul, desmembrado de Mato Grosso.
1.2 A Colônia Militar de Miranda, em Guia Lopes da Laguna
O que poucos guia-lopenses conhecem,
é que em nosso Município houve no século passado uma Colônia Militar, um destacamento militar, uma espécie de
povoado.
Mas
o que eram as Colônias Militares?
De
acordo com a História do Exército Brasileiro, o Brasil, não encontrava no
Império recursos humanos suficientes para a povoação das extensas áreas de
terras.
No
entanto, não se intimidou. Obstinado na
preservação das conquistas, selecionou nos extremos mais longínquos, os pontos
mais favoráveis, os locais de passagem obrigatórios e os ocupou por
destacamentos militares.
Satisfizeram plenamente as
principais necessidades: propiciar bases para o Uti Possidetis, porque as
principais fronteiras estavam desguarnecidas e não tínhamos tratados de
limites com as novas Repúblicas emancipadas do domínio espanhol.
O primeiro ato legislativo a
respeito das Colônias Militares encontra-se na Lei Orçamentária do Império, exercício
de 1850/5, nº 555 de 15 de junho de 1850.
Instrui-se formalmente a colonização militar do país e a regulamentação
do gabinete definia as finalidades entre outras:
a) Proteção
e assistência ao Colono que nela se estabelecesse;
b) Policiamento
da região, refúgio de vagabundos e criminosos;
c) Promoção
da cultura do solo e a exploração de produtos naturais;
d) Proteção
e assistência à catequese dos silvícolas;
e) Proteger
a navegação fluvial;
Outras
razões também significativas para a criação das Colônias Militares: dificuldades
em conseguir voluntários civis para povoar os interiores, locais alguns
inóspitos sem conforto e atrativo dos centros urbanos, então, apelava-se para o
pessoal militar, que uma vez designados, obedeciam.
E a Colônia Militar de Miranda?
Figura 2 -Imagens onde existiu a Colônia Militar de Miranda, as margem do córrego Atoleiro, afluente do Miranda. Extinta em 1865, com a invasão pelas tropas do Paraguai. Invasão da Província de Mato Grosso.
Para alguns historiadores, a
história de Guia Lopes da Laguna, se inicia com a fundação da Colônia Militar de Miranda, localizada
à margem do pequenino córrego Atoleiro, Afluente do Rio Miranda. Atualmente, o local da antiga Colônia,
localiza-se aproximadamente a 30 quilômetros da cidade de Guia Lopes e é
propriedade do Dr. Ivo Sá Medeiros.
Figura 3 - Imagem da
planta original feito por Visconde de Taunay sobre os caminhos: Fazenda Jardim,
Colônia Militar de Dourados e Miranda; saídas para Nioaque, e Paraguai.
A Coluna Paraguaia chegou discretamente à tarde, sem
fazer-se percebida, atravessou o Rio Miranda.
O comandante paraguaio trazia uma mensagem intimidatória ao Comandante
da Colônia: aquelas terras eram
paraguaias e deveriam ser imediatamente desocupadas. Não fez uso da violência, embora estivessem
com uma tropa numericamente superior e
mais bem armada que à da Colônia.
Àquela noite, passaram acampados junto ao Rio, tendo inclusive a
presença de moradores da Colônia, sem nenhum incidente. Nesta ocasião, o Comandante da Colônia,
encontrava-se em serviço em Nioaque.
O comandante da Colônia do
Dourados, embora contestasse, pouco podia fazer, tentou enviar um mensageiro
para avisar o comandante da Colônia de Miranda, este, foi feito presa dos
paraguaios a caminho.
1.3 O Guia Lopes, e a Fazenda Jardim
Duas Municipalidades Guia Lopes da Laguna e Jardim, que foram unidas
entre outros laços, suas origens estão no desmembramento da “Fazenda Jardim”,
cuja sede e posse inicial localizava-se no atual Município de Guia Lopes da
Laguna, mas que na ocasião, abrangia as margens direita e esquerda do rio
Miranda, numa área de mais de 46.000 hectares.
A origem da História da Fazenda Jardim é uma das partes da História Sul
Mato-grossense de ocupação, colonização e povoamento e que tem seus primórdios
na Segunda metade do século XIX, pelo pioneirismo das famílias Lopes e Barbosa.
José Francisco Lopes, depois de andanças pelos sertões mato-grossenses
e ter vivido por alguns anos na República do Paraguai, veio mais tarde casar-se
com sua cunhada, Dona Senhorinha Maria da Conceição Barbosa Lopes, viúva de Gabriel Francisco Lopes, filha de Antônio
Gonçalves Barbosa. Constituindo família,
passou a morar na Fazenda Monjolinho, (Bela Vista-MS.) e mudando-se em 1858
para a posse da Fazenda Jardim, que Antônio Gonçalves Barbosa levantara, à
margem direita do rio Miranda, onde passou a criar gado.
Figura 4 -
Ilustração no Centro o Rio Miranda, a localização da Fazenda Jardim. Imagem
adaptada do Google Pro 2008. JVD. No Centro
vista atual da Fazenda Jardim. A Esquerda o Rio Miranda. A Direita a Rodovia MS 382 – Km 2 Guia
Lopes da Laguna – Bonito.
Segundo fontes diversas, José Francisco Lopes
e Dona Senhorinha Maria Conceição e filhos, mudaram da Fazenda Monjolinho para
a Fazenda Jardim, considerando que os paraguaios reivindicavam e afirmam que as
terras até o rio Apa lhes pertenciam, para evitar confrontos, por sugestão de Antônio
Gonçalves Barbosa, mudara-se para a Jardim, pois dona Senhorinha já havia
enfrentado dissabores com os paraguaios no ano de 1849, quando fora feita
prisioneira e levada para o Paraguai Por tanto, o início da Fazenda Jardim (no
atual Município de Guia Lopes da Laguna, cuja sede antiga localiza-se à margem
da rodovia que interliga o Município de Guia Lopes da Laguna à Bonito, onde Antônio
Gonçalves Barbosa levantara casa, curral, cercados e pomar de frutas cítricas,
por volta de 1850, para os seus filhos.
A
partir de janeiro de 1865, a Fazenda foi invadida pelas tropas paraguaias
saquearam tudo o que lhes era de interesse, principalmente gado e cavalos,
selas de montaria, metais, mas não se bastaram ai, fizeram todos ao familiares
de Dona Senhorinha, do Guia Lopes, alguns escravos e levaram prisioneiros para
a vila de Horqueta, Departamento de Concepcion, no Paraguai, aproximadamente
uma 30 pessoas, onde permaneceram até o ano de 1870. Dona Senhorinha tinha seus filhos ainda pequenos,
o Caçula Bernardino menos de um ano e o José Francisco Lopes dois anos.
O José Francisco Lopes (pai) o guia
Lopes na ocasião da invasão encontrava-se na região de Miranda e depois
Paranaíba, Nioaque negociando gado. Em 1867 acompanha as tropas comandadas por
coronel Camisão.
Figura 5 - Córrego
Bom Jardim, deu origem ao nome da Fazenda Jardim, no município de Guia Lopes da
Laguna. Rodovia MS 382 – Km 2 Guia Lopes da Laguna – Bonito. Acervo do autor.
Córrego Bom Jardim onde tudo
começou. A residência do Guia Lopes era as margem do córrego de onde se extraia
água para uso doméstico e também para
os animais. É um córrego que deveria ser tombado como patrimônio Histórico do Município Neste local nasceu a
Estância do Bom Jardim, mais tarde denominada de fazenda Jardim e que foi
ocupada em Janeiro de 1865 pelas Tropas militares do Paraguai, fazendo todos os
seus moradores de prisioneiros de Guerra.
2.1 Da Fazenda Jardim á Cidade de Guia Lopes da Laguna
Nasce a primeira Ponte “A Ponte Velha” faz história, une povos, cria cidades
Nasce a primeira Ponte “A Ponte Velha” faz história, une povos, cria cidades
Antes de se criar uma cidade, um
distrito e município, o processo inicia-se com o povoamento, ou seja, grupos de
pessoas que se reúnem em determinado local, colonos, comerciantes,
trabalhadores, militares, religiosos e estabelecem residências, relações
sociais, trabalhos, explorando a terra, criando animais, plantando árvores
frutíferas e ornamentais, culturas de cereais, comércio. Deste aglutinamento nasce um núcleo dos
habitantes, dando origem a um povoado.
Figura 6 - Encontro
das águas dos rios Miranda e Santo Antônio. Margem Direita rio Santo Antônio e
no Município de Guia Lopes da Laguna; e margem esquerda Rio Miranda, Marco
natural de limite entre os dois município,
Município de Jardim e GLL. Adp. JVD
Também conhecido por patrimônio, lugarejo,
vilarejo, corruptela, arraial, muito comum até a década de 1950. Caracteriza um
pequeno lugar habitado, com quase nenhuma autonomia política, jurídica,
subordinada a sede do Município. Carente de infraestruturas. É um aglomerado de
poucas casas e pessoas.
Por
ocasião da construção e manutenção da rodovia ligando Aquidauana a Porto Murtinho e a Bela Vista, a
cargo da CER-3, do Ministério da Guerra, acampou-se à margem direita do rio
Miranda, em terras da Fazenda Jardim, em princípios de 1937, a 1ª Companhia do
3º Batalhão de Sapadores, sob o comando do então Capitão Teodorico de Farias.
Construção
da base de apoio e os tubo sobre o arco de sustentação Rio Miranda, próximo a
confluência com o Santo Antônio.
Figura
7
- Fotografia[1]
abaixo, escritório do Acampamento da 1ª Companhia do 3º Sapadores, ano de 1937,
situado ao lado direito, após o Posto Ipiranga Mariely, sentido Guia Lopes da
Laguna estrada da Ponte Velha à cidade
de Jardim. Padre Paulo e José Lopes, filho do Guia Lopes Em frente do
escritório do Comandante da companhia. Acampamento - Da 1ª Companhia do
3º Sapadores. Arquivo do autor.
Uma das consequências semidireta
para a origem das duas cidades, Guia Lopes e Jardim, foi a presença de civis e
militares que compunham o batalhão de Sapadores.
Diríamos assim que a ponte foi um
elemento material para dar vida e origem as duas comunidades.
Figura 8 - Imagem
atual oferece a visão entre as duas pontes que interligam Guia Lopes da Laguna
com a Cidade de Jardim. Margem Direita o Centro Histórico de Guia Lopes.
Segundo
depoimento de José Bião Neto, publicado na Revista Executivo Plus1, 1986, “Como militar chegou em Aquidauana, para
servir no 4º Batalhão de Sapadores. Sapadores era uma unidade militar, encarregada de tudo aquilo relacionado com
movimento de terra, por exemplo, trincheiras, poços de água, pontes, etc. Isso foi em 1935, mais dois anos depois,
Bião Neto foi transferido para a 1ª Companhia do Batalhão de Sapadores,
sediada no então chamado Acampamento do Rio Miranda (hoje Guia Lopes).
O nascimento do Povoado/Patrimônio
de Guia Lopes, também tem sua história, ligada ao militares, fazendeiros,
comerciantes e trabalhadores no ano de 1937, quando estas terras até a margem
do rio Miranda, pertenciam ao Município de Nioaque.
Figura 10
- Imagem da passarela para atravessar as margens direita e esquerda do Miranda
no principio da construção da ponte. Arquivo do Autor. Nota Durante os longos
anos de pesquisa eu ganhei cópia das fotos, mas não recordo o Autor, acredito
que são de arquivos do Exército pois estava no início da construção da ponte.
Figura 9 - A
construção dos arcos da direita e da esquerda É a montagem das estruturas de
sustentação da ponte.
Se observarmos os estilos arquitetônicos das pontes,
principalmente pelo arco que oferece a sustentação, já é totalmente diferente da outra ponte
sobre o rio Miranda. Em termos
históricos a ponte é um monumento histórico das cidades de Jardim e Guia Lopes
da Laguna.
Figura 11
- Ponte sobre o Rio Miranda, na foz do Rio Santo Antônio ”ponte velha”. Imagem
original da ponte antes de ter sofrida qualquer modificação estrutural ou na
pintura. Arquivo do autor
No ano de 2005 houve uma grande
enchente, e por causa da erosão na base
que conecta com a margem, gerou a
fratura da base na margem esquerda.
O nascimento do Povoado/Patrimônio
de Guia Lopes, também tem sua História originada a história da construção ponte sobre o Rio Miranda. Esta
Ponte foi construída para substituir, o vau no Miranda, para direcionar-se Para
Bela Vista e Porto Murtinho, no ano de 1937.
2.2 Antecedentes: A Fundação do Povoado/Patrimônio de Guia Lopes no Município de Nioaque 1938
Nasce
o primeiro guia-lopense e a primeira benfeitoria, a Igreja Católica, de São
José.
Figura 12
- 19 de Março de 1938, foi Inaugurada a primeira Igreja e Celebrada a data da
Oficialização da Fundação do Patrimônio "Guia Lopes". O Ato da
Fundação foi em 12 de Fevereiro de 1938.
Prossegue ainda o depoimento de
José Bião, publicado pela Revista Executivo Plus, “eu servia ao Exército, nessa
companhia, quando nasceu uma criança no acampamento. Foi a primeira, um motivo muito especial, por
tanto. O bebê era filho de José Antônio
Bulhões e Sebastiana Farias Bulhões. Ele
era Sargento da 1ª Cia. B.S., e morava aqui no acampamento do Rio Miranda. Então surgiu a dificuldade para batizar essa
criança, porque não tínhamos igreja, padre;
apenas três ranchos de taquara batida, coberto com folhas de bacuri, uma
palmeira nativa da região. O Padre
vinha só até o povoado de Nioaque de 30 em 30 dias e isso quando não
chovia. A criança trouxe ao mundo o
nome de Newton Bulhões, e logo o pai do garoto, sargento José Antônio,
conseguiu um padrinho, um outro sargento, muito seu amigo, o Peri José da
Silva. Mas faltava ainda uma igreja, uma escola para crianças, enfim, a
criação de um povoado. Entrou na História toda, o Comandante da Companhia, o Capitão Teodorico
de Farias, que deu todo o apoio para a criação do povoado, inclusive arranjou
um topógrafo, o Jacó, conhecido como “Nego Jacó.
2.3 A Decisão da Fundação
Tendo as idéias da Fundação de um
Patrimônio, como era chamado naquela época, neste recanto da Pátria Brasileira
no sudoeste do então Estado de Mato Grosso, chegadas ao conhecimento do Capitão
Teodorico de Farias, comandante da 1ª Companhia de do 4° Batalhão de Sapadores
e de José Francisco Lopes, proprietário
desta terra, foram elas acolhidas e difundidas imediatamente por todas
as fazendas e municípios desta região.
Assim, com topógrafo, o capitão foi
fazendo contatos com diversas pessoas inclusive os militares acampados reunindo
os fazendeiros da região. Entre eles,
estava na época, o único filho vivo do Histórico Guia Lopes, José Francisco
Lopes.
Desse acampamento militar,
incluindo civis que prestavam serviços, no dia 12 de fevereiro de 1938 foi
fundado o Patrimônio de Guia Lopes.
Preparação da Igreja já com a construção de uma sala
de aula para servir de escola para a missa do dia 19 de Março de 1938.
2.4 Data oficial de Fundação 12 de Fevereiro de 1938
Portanto, em Fevereiro de 1938,
diante de dois grandes ranchos construídos de taquaras batidas, erguidas
no local onde hoje se encontra a Praça
Central, onde se encontra o prédio construído
para a Biblioteca Municipal, que na presença de diversas autoridades e pessoas
gratas, inclusive de Nioaque: Antonio
Oliveira Flores, José Francisco Lopes, Capitão Teodorico de Farias, Basílio
Barbosa, Osvaldo Fernandes Monteiro, Alziro Lopes da Costa, Irineu Vieira de
Souza, João Batista de Souza, Fabio Martins Barbosa, Macário Aristimunha,
Boaventura Vieira de Souza, sargentos e Praças da 1ª Companhia, entre outros
Severino Felix, Odilon de Queiroz, José
Antônio Bulhões, Luiz Fioravante, José Pery.
Diversos convidados dos Municípios
de Nioaque, Aquidauana, Bonito e Bela Vista, mais ou menos umas 400 pessoas
entre adultos e crianças, de ambos os sexos.
|
Logo, José Antonio Bulhões, Pery José da Silva,
Teodorico de Farias, José Francisco Lopes, viram seus sonhos transformados em
realidade e logo toda a multidão se locomoveu para um grande galpão de palha
construído embaixo de uma faveira, que havia na frente da casa do Senhor Manoel
Vicente3,
onde foi saboreado o gordo churrasco de uma vaca, ficando ali combinado o dia
oficial para a assinatura da Ata de Fundação do Patrimônio de Guia Lopes,
escolheu-se a data de 19 de Março, visto ser também o dia de São José,
homenagem que seria prestada a José Francisco Lopes (O guia Lopes) e a José
Francisco Lopes (filho do Guia Lopes) um dos fundadores, o qual também ficaria
sendo o Santo Padroeiro do Povoado, hoje
padroeiro da Paróquia de São José.
Figura
14
- Á esquerda a primeira igreja de São José e a direita a primeira Escola de
Guia Lopes, denominada Visconde de Taunay inauguradas no dia 19 de março de
1938 arquivo do autor, original LFB
Assim,
no dia 19 de março de 1938, segundo Acyr Vaz Guimarães4 “o casal doador das
terras e os militares que serviam no contingente da primeira companhia do
quarto batalhão de sapadores, de
Aquidauana, que davam assistência à estrada de rodagem daquela cidade à Bela
Vista, foi lavrada uma ata de fundação, ao tempo que se fazia entrega da
escritura de doação das terras para a cidade.
Chegando esse dia, pela manhã, o corneteiro da 1ª Companhia do 4º Batalhão de Sapadores,
toca a alvorada para acordar o pequeno acampamento e os moradores do povoado
(já sendo levantado) em pequeno numero.
Sobem rojões ao ar, espocando para que os moradores mais distantes
lembrem-se estar chegando à hora de caminharem para o local da nova cidade”.
Segundo publicação, Revista
Executivo Plus, 1986, baseado nos depoimentos de José Bião Neto, “José
Francisco Lopes, então doou as terras, uns 30 hectares5. Outros fazendeiros
doaram vacas, ajudaram a arrecadar dinheiro para fazer a igreja, e assim por
diante. No dia 12 de fevereiro de 1938,
foi fundado o Patrimônio de Guia Lopes.
No dia 19 de março deste mesmo ano, foi aprovada pelos fundadores, pelo
Capitão Teodorico de Farias e todos os moradores locais e da redondeza, a Ata de Fundação de Guia Lopes... Escolhemos também o Padroeiro da cidade, que
é São José, em homenagem aos nomes dos três fundadores e a um herói que também
se chamava José, quer dizer, José Francisco Lopes (o herói da Retirada da
Laguna, o Guia Lopes), José Francisco Lopes, filho do Guia Lopes e doador das
terras e José Antonio de Bulhões. Tem
mais fundador, é claro, mas os legítimos mesmo, são José Antonio Bulhões, Peri
José da Silva e José Francisco Lopes”.
Destacamos ainda em memória dos
fundadores, o Senhor Jaime Artigas,Basílio Barbosa, Aurélio Rodrigues de Souza,
Ozias de Souza Santos, Osvaldo Fernandes Monteiro, sendo que estes dois últimos estabeleceram-se com as duas primeiras casas de comércio no
Patrimônio de Guia Lopes.
2.6 Ao Patrimônio Guia Lopes
Segundo o Historiador Acyr Vaz7,“aos poucos, carretas,
cavaleiros, gente a pé, passa a chegar ao pátio onde se erguem a igreja e a
escola, ambas com uma comprida faixa de
bandeirolas multicoloridas flamejando ao vento. Agrupando o povo, uma comissão segue à casa
de José Francisco Lopes, e o conduz cercado de carinho, a presença das
autoridades civis, militares e eclesiásticas de Nioaque, a cujo município
pertencia às terras da nova cidade, É
cumprimentado efusivamente. Seguem todos
para o ranchão rústico onde o altar simboliza a presença do Senhor que irá
abençoar o novo povoado.
Imagem é um recorde da Primeira Missa Celebrada no dia 19 de Março de 1938, por ocasião da assinatura da Ata Oficial da Fundação do Povoado de “Guia Lopes” e a esquerda a imagem da primeira Escola Pública de Guia Lopes.
A outra imagem é uma fotografia, do mesmo local e data, da primeira missa e igreja de São José, porém, sob ângulo diferente.
O Padre Paulo Butler, redentorista
de Aquidauana, conduz a missa sob emoção de todos e ao fazer a pregação comove
aos fiéis lembrando o passado histórico dos pais de José Francisco Lopes e das terras
que ora pisavam.
Terminada a missa e os batizados
procederam-se às assinaturas da ata de fundação, assinando em primeiros lugares
– José Francisco Lopes, Capitão Teodorico de Farias, Sargento José Antonio
Bulhões, Peri José da Silva e o Prefeito de Nioaque, Senhor Antônio de Oliveira
Flores, seguindo-se dos demais presentes”.
Para que o Patrimônio de Guia Lopes
pudesse ser conhecido e reconhecido oficialmente pelas Autoridades do Estado de
Mato Grosso, cuja Capital era Cuiabá, e ao Chefe da Nação Brasileira, cuja
Capital era na então cidade do Rio de Janeiro, conforme descreve Acyr Vaz, José
Francisco Lopes enviou dois telegramas comunicando que em 12 de Fevereiro fora
fundado o Patrimônio de Guia Lopes.
Figura 18
- No verso da fotografia continha os seguintes dizeres: “Em 12 de fevereiro de
1938 Photografia da 1ª reunião para a fundação do Patrimônio Guia Lopes”.
Oferta de Fábio Martins –
copia imagem do autor, original pertenceu a família Fabio Barbosa
Martim, conforme o verso da foto.
2.7 Documentos do memorial, a Fotografia e a Ata
Colocamos a disposição dos leitores lagunenses
além do telegrama, a fotografia do histórico momento de 12 de fevereiro de 1938[2]
sobre a decisão da fundação do Patrimônio “Guia Lopes”. Este local, fica próximo ao Estádio de
Futebol, que outrora era sede da fazenda de José Francisco Lopes (último filho
do Guia Lopes) e que atualmente (2003) pertence ao Senhor Duarte do Mercado
Pantanal.
“Exmo. Sr. Dr. Getúlio Vargas,
DD.
Presidente da República, Palácio do Catete, Rio.
Qualidade
ultimo filho sobrevivente velho sertanejo Guia Lopes, grata satisfação
comunicar vossência, doze fevereiro, histórica Fazenda Jardim, minha
propriedade, realizou-se grande reunião, fazendeiros, pessoas gradas, exmas.
Famílias, municípios Bela Vista, Bonito e Nioaque, fim fundação Patrimônio Guia
Lopes homenagem memória saudoso pai, tombou mesmo local, defesa integridade
Pátria. Gesto nobre,patriótico, sob
auspícios briosa oficialidade,dignos sargentos 1º Cia. 4.ª B.S. há muito
acantonado estas paragens, obteve grandes
aplausos população por vir plantar rica vastíssima zona, exemplo verdadeiro civismo
e sentimento patriotismo gerações vindouras.
Reunião foi presidida digno comandante companhia, qual expôs fim mesma,
dissertando feitos heróicos componentes Retirada da Laguna, quais tombaram
vitimadas cólera, justamente solo onde se fundou Patrimônio. Dr. Sinézio Chavasco,
fazendeiro palavra, congratulou-se ato
patriotismo, relembrou feitos gloriosos Exército Nacional, dissertando atual regime sob benéfica orientação
vossências. Foi dado conhecimento Dr.
Interventor Federal, remetendo Ata dia 12 de fevereiro. Pedindo Vênia vossência solicito nome povo
patrimônio apelando sentimento patriotismo eminente chefe, possível fundação
pequena escola federal, prática agricultura e pecuária, ramo nosso grandioso Estado,
qual trará imenso resultado benéfico região onde tudo é feito sistema
rotineiro. Sede Patrimônio, localizada
belíssima campanha, sob ponte rio Miranda, margem rodovia construída glorioso
4.º B.S. pouca distância campo Santo onde repousam restos mortais heróis
Retirada da Laguna a poucos passos tapera onde viveu inesquecível Guia
Lopes. Certo Vossências atendendo apelo
prestando essa homenagem, velho sertanejo, imenso prazer dizer-vos que com 76
anos último filho sobrevivente Guia Lopes, morrerá satisfeito benefício
mocidade vindoura, abençoado nome nosso Interventor Federal e Ilustre
Presidente.
Respeitosas
Saudações
José
Francisco Lopes”
Segundo Bião, de acordo com a
Revista Executivo Plus,“colocamos o nome da escola como Visconde de Taunay, o
primeiro tenente correspondente oficial de guerra que escreveu o livro Retirada
da Laguna. Juntando escola e igreja,
formamos assim a maior atração para o
povoamento de Guia Lopes. Quem queria
casar vinha para cá, e da mesma forma os fazendeiros interessados em dar
instrução aos seus filhos. Assim foi
juntando gente, surgiu a primeira loja, a Segunda...
A união e os esforços dos primeiros
habitantes do Patrimônio imprimiram um ritmo especial pelo progresso daquele
núcleo, que no primeiro ano de origem, contava já com quatro casas de comércio
e uma escola pública.
Figura
16
- Na fotografia ao lado, temos no fundo
a A primeira de secos e molhados. Casa Comercial Monteiro
que pertenceu ao Senhor Osvaldo Fernandes Monteiro. que se localizava no local próximo onde hoje se encontra o
Banco do Brasil, O Sindicato Patronal.
3. Escritura de doação de terra para a fundação do Patrimônio de Guia Lopes
Doações
de José Francisco Lopes e dona Maria Rufino Lopes
De acordo com os Registros do Cartório da Cidade de Nioaque, transcrição
abaixo, encontra-se a Escritura Publica de doação de 20 hectares da área da
Fazenda Jardim, por José Francisco Lopes (filho do Guia Lopes) para servir de
área urbana para o povoado de Guia Lopes.
Nesta
ocasião, a área foi doada à Prefeitura Municipal de Nioaque, que nesta ocasião,
tinha a jurisdição até os limites com o Rio Miranda.
CERTIDÃO - 1
“CERTIFICO,
que a pedido de parte interessada revendo nos arquivos de meu cartório no livro
nº 03, as fls 44/45, no ano de 1938 a 1940, consta o seguinte documento:
Escritura
Publica de doação que fazem José Francisco Lopes e sua mulher Dona Maria
Rufino Lopes,como doadores e a Prefeitura Municipal de Nioaque, como
donatária, na forma abaixo:
Saibam
quanto esta escritura publica de compra e venda digo de doação virem que no ano
de mil novecentos e trinta e nove, aos cinco dias do mês de Julho do dito ano,
nesta cidade de Nioaque, ,termo de igual nome, Comarca de Aquidauana, Estado de
Mato Grosso, em meu Cartório compareceram, perante mim tabelião, partes entre
si justas e contratadas a receber: de um alado como outorgantes doadores José
Francisco Lopes e sua mulher Dona Maria Rufino Lopes, brasileiros, maiores,
proprietários, residentes neste município, estando a doadora Maria Rufino
Lopes, representada neste ato, por seu marido e procurador o outorgante doador
José Francisco Lopes; e como outorgada donatária a “Prefeitura Municipal de
Nioaque”, representada legalmente por seu Prefeito Municipal, o Cidadão Antonio
de Oliveira Flores, todos meus conhecidos pelos próprios de que trato e dou fé, e as duas testemunhas
adiante nomeadas e assinadas, perante as quais pelo outorgante doador me foi dito, que sendo
legítimos possuidores de uma parte de terras situadas na “Fazenda Jardim”,
deste Município, no lugar denominado “Guia Lopes”, medindo a área de 20 hectares, limitando-se: ao poente, com a linha divisória com as terras
de Fábio Martins Barbosa; ao sul com o rio Santo Antonio; ao nascente pelo
Grotão e ao poente, digo norte com terras dos doadores; terreno este que se
acha livre e desembaraçado de quaisquer ônus ou hipotecas, inclusive legais e
que adquiriram por herança e que se acha registrada sob n.º de ordem 360, do
livro n.º 3 desta ex-Comarca, pela presente escritura, de suas livres e
espontâneas vontades doam, como efetivamente doado tem, o terreno acima
descrito, à outorgada donatária Prefeitura Municipal de Nioaque, para o fim
especial de ser utilizada pela servidão publica e sob a fiscalização da
donatária. Pelaoutorgada, por seu
representante legal, me foi dito que aceitava esta escritura de doação, em
todos os seus termos, por estar de inteiro acordo com o ajustado e contratado
entre si e os doadores. A pedido das
partes lavrei esta escritura a qual lhe sendo lida e perante as mesmas
testemunhas, aceitaram outorgada e
assinam, com as testemunhas cidadãos Carlos Dobes e Synesio Chavasco, maiores,
capazes, residentes nesta cidade, conhecidas de mim tabelião pelas próprias de
que trato e dou fé, que a escrevi e assino em público e raso.
Em Testº (estava o sinal publico da verdade).
Dado
e passado aos dez dias do mês de Dezembro de mil novecentos e setenta e nove,
nesta cidade e distrito de Nioaque, Comarca de Aquidauana, Estado de Mato
Grosso do Sul, que por ora me reporto e dou fé.
Eu Rui Alves de Lima, Tabelião que mandei datilografar subscrevi e
assino.
(Extraído da transcrição original, fornecida pelo
Cartório de Nioaque).
4. Doações de Fábio Martins Barbosa e dona Deolinda Barbosa Martins
Nesta Certidão, também registrada e fornecida pelo
Cartório de Registros da Cidade de Nioaque, consta à doação de uma parte da
Fazenda do Senhor Fábio Martins Barbosa para complementar a área do povoado de
Guia Lopes.
CERTIDÃO - 2
CERTIFICO,
que apedido de parte interessada que revendo nos arquivos de meu cartório no
livro n.º 3, as folhas 51/52, ano de 1938 a 1940 consta o seguinte documento:
Escritura
Publica de doação que fazem e assinam Fábio Martins Barbosa e sua mulher com a
Prefeitura Municipal de Nioaque, como abaixo se declara:
Saibam
quanto esta escritura pública de doação entre vivos, virem que,ano de mil
novecentos e trinta e nove, aos trinta dias do mês de Agosto do dito ano, na
Fazenda do Senhor Fábio Martins Barbosa, onde eu tabelião ai me achava, sito
neste município de Bela Vista, neste Estado de mato Grosso, perante partes
entre si e justas contratadas a saber de um lado, como outorgantes doadores o
cidadão Fábio Martins Barbosa e sua
mulher Deolinda Barbosa Martins, residentes no Município de Bela Vista,
casados, fazendeiros, e como outorgada donatária Prefeitura Municipal, o cidadão Antônio de
Oliveira Flores, todos meus conhecidos,
pela própria de que trato e dou fé, e as duas testemunhas adiante nomeadas e
assinadas, perante as quais pelos outorgantes doadores me foi dito que sendo
legítimos possuidores de uma parte de terras pastais e lavradias, situada na
fazenda Jardim, no Município de Bela Vista, digo no Município de Nioaque, neste
estado, no lugar denominado Guia Lopes, compreendida dentro dos seguintes
limites: ao Norte, pelo lado esquerdo do
aterro e corte da estrada e automóvel que vai de Aquidauana à Bela Vista, desde
a ponte sobre o rio Miranda até o aramado que divide as terras dos doadores,
com as terras doadas a Prefeitura Municipal de Nioaque, pelo Sr. José Francisco
Lopes e sua mulher; ao nascente pelo dito aramado, em rumo ao sul, até alcançar
o rio “Santo Antônio”, limitando-se em toda esta linha com a referida terra
doada a outorgada Prefeitura Municipal de Nioaque, ao sul, pelo rio “Santo
Antonio” abaixo da barra da cerca de arame até a sua foz no rio Miranda; e
abaixo até a ponte da referida estrada
de automóvel de Aquidauana à Bela Vista, fechando desta forma o perímetro de
terras doadas por força desta escritura.
Doação esta os outorgantes fazem a Prefeitura Municipal de Nioaque, para
o fim de aumentar o terreno destinado ao povoado denominado Guia Lopes, para o
fim especial de ser utilizada pela servidão pública sendo a bem e ao rumo digo
progresso do referido povoado e sob a fiscalização da donatária. Pela outorgada representada pelo seu Prefeito
Municipal cidadão Antonio de Oliveira Flores, me foi dito, em presença das
mesmas testemunhas que aceitavam esta escritura de doação, em todos os seus
termos, por estar de inteiro acordo com o ajustado e contratado entre si e os
doadores. E a pedido das partes, lavrei
esta escritura de doação, a qual lhes sendo lida, perante as mesmas testemunhas
que são os cidadão Braz Réa e Roldão Ferreira de Lima, brasileiros, maiores,
casados, comerciantes, residentes no Município de Nioaque e meus conhecidos do
que trato e dou fé. Eu Sebastião David
Medeiros, tabelião que a escrevi e assino em publico e raso.
Em Testº (estava o sinal publico da verdade)
Dado e passado aos dez dias do mês
de dezembro de mil novecentos e setenta e nove, nesta cidade e de Nioaque,
Comarca de Aquidauana, esta de Mato Grosso do Sul, que por ora me reporto e dou
fé. Eu Rui Alves de Lima, tabelião que
mandei datilografar, subscrevi e assino.
(Extraído da transcrição original fornecida
pelo Cartório de Registro da cidade de Nioaque)
5. Ata de Transferência do Patrimônio de Guia Lopes à Administração Municipal da
Prefeitura e Autoridades de Nioaque.
Na reunião da fundação oficial do
Patrimônio de Guia Lopes, como foi denominado em 19 de março de 1938, naquela
ocasião ficou resolvido que o aludido Patrimônio seria transferido às
autoridades civis de Nioaque, para o que foram as mesmas convidadas, dando-se
esta transferência, em solenidade realizada a 5 de junho do mesmo ano, do cujo
ato, lavrou-se a seguinte ata:
“Ata de reunião para a
transferência do Patrimônio Guia Lopes, as Autoridades civis do município de
Nioaque -
Aos
cinco dias do mês de junho de mil
novecentos e trinta e oito, em salão do prédio da Escola Pública deste Patrimônio,
aí presente os senhores José Francisco Lopes, Capitão Teodorico de Farias, D.
Comandante da Primeira Cia. Do Quarto B.
S. aqui acantonado, Tenente Afonso de Menezes Dippe. Sargento João do Prado e
Silva, Luiz Fioravante, Odilon de Queiroz e José Antônio de Bulhões todos da mesma
Cia., as autoridades civis de Nioaque, Senhor Antônio de Oliveira Flores DD. Prefeito Municipal, Alziro Lopes Costa –
Juiz em Exercício, tenente Gumercindo Cavalheiro, Delegado de Policia, João
Siqueira, Promotor de Justiça, Policiano Costa Lima. Coletor das Rendas do
Estado,Helvécio Brandão, Delegado Militar, Sebastião David de Medeiros,
primeiro tabelião e os cidadão João Siqueira, Hercílio Vieira de Moura, Osvaldo
Fernandes Monteiro, Basílio Barbosa, Macário Aristimunha,Vicente Urbano Leite,
Dinarte Pinheiro,Irineu Vieira de Souza, Alfredo de Ávila da Silva, Florêncio
da Costa Lima Cristóvão Felix de
Almeida, Paulo Leme Nogueira, Justino Lopes, Argemiro Ávila da Silva e Sinézio
Chavasco e muitas pessoas gradas de Nioaque e do Patrimônio, as quais em grande
reunião solenizavam este grande feito de Patrimônio, digo de patriotismo e
gesto de civismo pelo senhor tenente Afonso
de Menezes Dippe, foi dada a palavra ao senhor Sinézio Chavasco, para
que este expusesse os fins da presente reunião.
Em rápidas palavras, o orador indicado esclarecendo os fins da reunião,
dissertou sobre a obra de patriotismo dos dignos militares, plantando mais um
marco de esperança, sobre o qual desfralda o nosso glorioso pendão nacional, que
servirá de estímulo às gerações vindouras; o orador dando conta dos trabalhos
feitos para a fundação deste grande melhoramento, ao qual foi dado o nome do
Imortal Guia Lopes, passava neste momento a direção do Patrimônio ao digno
Prefeito Municipal de Nioaque. Fazendo
esta entrega, os fundadores do Patrimônio confiantes na integridade do
Digníssimo Prefeito, estão certos de que
SS. Com verdadeiro espírito de brasilidade tudo pensa em fazer pelo
engrandecimento deste Povoado e por este povo.Em seguida, o Senhor Antônio de
Oliveira Flores, DD. Prefeito Municipal, em breves palavras agradeceu aos
dignos militares a obra patriótica, dizendo que, “com a máxima satisfação
recebia a honrosa incumbência que ora
lhe era feita, garantindo em seu nome e do povo nioaquense que na sua gestão, tudo faria para a continuidade
do progresso deste novo povoado, o qual
ele repuditava, digo reputava, digno não só pelo seu todo, porém mais ainda,
por prestar uma justa homenagem ao imortal sertanejo e guia da Retirada da Laguna”. Ato continua, o senhor Capitão Teodorico de
Farias, em rápidas palavras disse que, em seu nome e dos militares que
concorreram para a fundação deste Patrimônio embora tenha passado a direção do
mesmo para as dignas autoridades civis de Nioaque, continuaria sempre a
disposição das mesmas para o engrandecimento desta obra e pelo progresso de
Mato Grosso. Logo a seguir o Senhor
Prefeito Municipal assumindo a direção do Patrimônio,resolveu as necessidades
mais urgentes dentre as quais a de designar uma comissão para responderem pela
direção do mesmo. Dentre os elementos
destacados do Patrimônio, foram designados os senhores Osvaldo Fernandes
Monteiro comerciante, Macário Aristimunha e Basílio Barbosa – fazendeiros,
todos residentes no mesmo, escolha essa que foi recebida com aplausos de
satisfação de todos os presentes. Nada
mais havendo a tratar, foi encerrada a presente reunião com vivas ao Exmo.
Sr.Presidente da República Dr. Getúlio Vargas.Exmo. Interventor Federal, Dr. Julio
Muller, ao Glorioso Exército Nacional, ao velho José Francisco Lopes e a todas
as autoridades presentes. Patrimônio de
Guia Lopes da Laguna, cinco de junho de mil novecentos e trinta e oito".
Assinaturas:
José Francisco Lopes;(filho do Guia Lopes)
Capitão Teodorico de Farias,
Segundo tenente Afonso de Menezes Dippe,
Antonio de Oliveira Flores – Prefeito Municipal
Alziro Lopes da Costa – 1º Juiz de Paz
Tenente Gumercindo Cavalheiro – Delegado de Polícia
Sargento Luiz Fioravante,
Sargento Odilon de Queiróz,
Sargento José Antonio Bulhões,
Helvécio Brandão – Delegado Militar,
Policiano da Costa Lima – Coletor,
Sebastião David de Medeiros – 1º Tabelião,
João Siqueira – Promotor de Justiça,
Hercílio Vieira de Moura – Escrivão da Coletoria,
Osvaldo Fernandes Monteiro,
Basílio Barbosa,
Macário Aristimunha,
Vicente Urbano Leite,
Dinarte Pinheiro,
Irineu Vieira de Souza,
Alfredo de Ávila da Silva,
Florêncio da Costa Lima,
Cristóvão Felix de Almeida,
Paulo Lemes Nogueira,
Justino Lopes,
Argemiro Ávila da Silva,
Sinésio Chavasco”.
6. A alteração de Denominação –
De
Patrimônio de “Guia Lopes” para Patrimônio de “Guia Lopes da Laguna”
De acordo com os
levantamentos a denominação de “Patrimônio
de Guia Lopes” manteve este nome da sua fundação oficial em 19 de março de 1938 a 1946. A alteração para “Patrimônio de Guia Lopes da Laguna”, portanto o acréscimo da
palavra Laguna, tendo em vista a
confusão criada por existir duas outras localidades denominada também de “Guia
Lopes”. As correspondência e as
mercadorias eram encaminhadas ou para Guia
Lopes, no Mato Grosso (MT. redução usada por muitos de MG) ou eram encaminhadas para outra localidade Guia Lopes, em Minas Gerais(MG.
Siglas confundida por muitos como Mato Grosso). Ou então eram encaminhadas para a Estação Ferroviaria Guia Lopes,
da Antiga E. F. Noroeste do Brasil, Empresa Federal da Estrada de Ferro. Para solucionar o problema com o extravio
de correspondência e mercadorias, o Departamento de Geografia e Estatística, do
IBGE, atendendo a uma solicitação de quem era o direito, acrescentou no nome de
Guia
Lopes a palavra Laguna,
resolvendo desta forma o problema.
Conforme informações disponíveis oficialmente esta Alteração
Toponímica Distrital, Guia Lopes para Guia Lopes de Laguna, alterada pela
Lei nº 140, de 30-09-1948.
7.
Patrimônio Guia Lopes à Distrito de Paz de Guia Lopes da Laguna
Introdução: Elevado a Categoria de Distrito de
Nioaque 1948/1953
O termo Distrito de Paz representa
uma circunscrição territorial em que se exerce a jurisdição de autoridade
administrativa, fiscal, policial, judicial. É também uma subdivisão
administrativa de um município. Esta subdivisão estava motivada por vários
fatores que possibilitavam a alteração na sua autonomia, nos seus limites, de
comandada para comandante:
¨ Extensão
territorial;
¨ Segurança;
¨ Forças
políticas atuantes;
¨ Importância
geográfica e econômica;
¨ Renda
da população;
¨ Número
de habitantes;
¨ Número
de eleitores;
¨ Conveniências
administrativas.
Nos
anos de 1937 estavam acantonados em Guia Lopes da Laguna Primeira Companhia Do
Quarto Batalhão de Sapadores1.
Em
12 de Fevereiro de 1938 organizou-se ata para criação do Patrimônio de Guia
Lopes.
Em
26 de Fevereiro de 1938, José Francisco Lopes comunica oficialmente ao
Interventor Federal no Estado de Mato Grosso e ao Presidente da República do
Brasil, Getulio Vargas, sobre a decisão da fundação do Patrimônio de Guia
Lopes.
Há
19 de Março de 1938, após a Missa foi assinada por todos os presentes a Ata
Oficial da Fundação do Patrimônio ou Povoado de Guia Lopes e escolhido o
Padroeiro, o Santo, São José.
Em 5 de Junho de 1938, as autoridades militares
que organizarão a fundação do Patrimônio de Guia Lopes, realizaram a
transferência do mesmo às autoridades
civis de Nioaque, uma vez que esta área pertencia ao Município de Nioaque.
Em 5 de Julho de 1939, José Francisco Lopes, esteve em Nioaque e
registrou a doação de 20 hectares para a Prefeitura Municipal de Nioaque, a fim
de sediar o Povoado de Guia Lopes.
Figura 17
- Fotografia ao lado, a direita tem-se a presença do Padre Paulo Butler e a
esquerda, de chapéu, José Francisco Lopes, no centro o Professor Nelsinho no
ano de 1940.
Em 1943, como parte do município de
Nioaque, passou a integrar o Território
federal de Ponta Porã, por força do Decreto Lei Federal n.º 5.839 de 21 de
setembro, sendo nessa situação, elevado a Distrito de Paz, pela Lei n.º 9 055 de 12 de março de 1946.
No ano de 1946, com a promulgação da nova
Constituição do Brasil, esta trouxe no artigo oitavo das Disposições
Transitórias a extinção do Território, voltando a sua área a integrar o estado de Mato Grosso.
A
sua ereção a Distrito de Paz, na organização judiciária de Mato Grosso, foi efetivada
pela Lei Estadual número 140 de 30 de setembro de 1948, com o nome de Guia Lopes da Laguna, figurando, como
tal, na divisão territorial vigorante no qüinqüênio de 1949-1953.
A
criação do Distrito de Paz de Guia Lopes da Laguna, de acordo com a nova
reintegração do Território Federal de Ponta Porã ao Estado de Mato Grosso, foi
oficialmente normatizada pela Lei n.º 140/48, Diário Oficial de 6 de outubro de
1948.
8. A seguir a
Lei que criou o Distrito de Guia Lopes da Laguna:
ESTADO
DE MATO GROSSO
ASSEMBLÉIA
LEGISLATIVA
Lei
N.º 140 de 30 de setembro de 1948
Cria o Distrito de Paz de Guia
Lopes da Laguna, situado no município de Nioaque.
O
GOVERNADOR DO ESTADO DE MATO GROSSO:
Faço saber que a Assembléia Legislativa do
Estado decreta e eu sanciono a seguinte lei:
Artigo 1º - Fica criado o Distrito
de Paz de Guia Lopes da Laguna, situado no município de Nioaque, com os
seguintes limites:
Partindo da foz do córrego Ariranha
no rio Miranda, seguindo pelo córrego Ariranha acima até sua cabeceira; daí
pelo divisor das águas dos rios Nioaque e Miranda, até a serra do Amambaí,
seguindo daí pela referida serra até
alcançar as nascentes do rio Miranda, seguindo por este abaixo até a foz do
córrego Ariranha, ponto de Partida.
Artigo 2º - Revogam-se as
disposições em contrário.
Palácio Alencastro, em Cuiabá, 30 de
setembro de 1948, 127º da Independência e 60º da República.
Arnaldo Estevão de Figueiredo
Civis Muller da Silva Pereira.
Figura
20
- Reunião Política em Guia Lopes da Laguna no dia 6 de agosto de 1954, com a
Presença do Dr. Fernando Correa da Costa. Imagem Leonor Flores. Imagem cópia do
autor.
9. À Caminho da Emancipação Política
Administrativa
No dia 03
de Março de 1951, com mandato até 31 de Janeiro de 1955, realizou-se a posse do
novo Prefeito eleito e respectiva Câmara
Municipal de Vereadores do Município de Nioaque.
Foi
eleito Prefeito o Cidadão Marcelino Lessonier.
Vereadores:
Antonio de Oliveira
Flores;
Asterio Nogueira;
Dario Pires Peixoto;
Paulo Pinto Gonçalves;
Crispiniano Alves da
Cunha;
Publio Gomes da Silva;
Zeno Resstel.
Vereador suplente que assumiu a função: Ary Medeiros
substituiu Asterio Nogueira e Zeno Resstel substituído por Elio Ferreira Lima.
A posse foi realizada na presença do MM.
Juiz Eleitoral de Aquidauana, Dr. João Lacerda de Azevedo.
Dia 14 de maio de 1951, a sessão da Câmara acusa o
recebimento do Telegrama da Câmara Municipal de Ponta Porá, solicitando a
Câmara Municipal de Nioaque, o apoio desta Municipalidade para o projeto de
restauração do Território Federal de Ponta Porá. A resposta da Câmara Municipal de vereadores
do Município de Nioaque enviada também através de telegrama, apoiando o projeto
de restauração do Território Federal de Ponta Porã.
Dia 19 de Junho de 1951, a Câmara Municipal de
Vereadores de Nioaque votam a criação da Sub-Prefeitura de Guia Lopes da
Laguna, projeto encaminhado pelo
Prefeito Souza Rangel em razão de solicitações da população residente no
Distrito de Paz de Guia Lopes da Laguna,
Projeto este que só foi aprovado na sessão do dia 1º de novembro do
mesmo ano, sendo indicado o Senhor Deoclides Grubert Machado para o cargo de
Sub-Prefeito.
Na sessão da Câmara Municipal de 10 de outubro de 1953,
foi lido o pronunciamento do Presidente da Comissão dos Municípios, solicita a
Câmara um pronunciamento sobre a
transformação do Distrito de Paz de Guia Lopes da Laguna, levando a categoria
de Município. Estudos foram realizados,
concretizando no dia 11 de Dezembro de
1953, com a criação do Município, desmembrando do território do Município de
Nioaque.
Lei Estadual 678/53 cria o município de Guia
Lopes da Laguna, sendo o quarto município na ordem de desmembramento: Campo
Grande (1899), Bela Vista (1908), Maracaju (1928) Guia Lopes da Laguna (1953).
10.
De Distrito de Paz à Município de Guia Lopes da Laguna 1953
Introdução
A criação do Município de Guia
Lopes da Laguna, desmembrando do território e da administração das autoridades
de Nioaque foi mais um passo conquistado
pelos esforços das populações desta época.
Quando da criação do Distrito de
Paz em 1948, a área geográfica e os seus limites já ficaram delimitados e aos
poucos foi adquirindo a infra-estrutura
básica para a sua emancipação.
Figura
21
- Fotografia1 da visita do Dr. Fernando Correa da Costa (médico) em 1947 ao
povoado de Guia Lopes juntamente com as autoridades e fazendeiros da
região. Dr. Fernando estava em visita,
mas também se preparava para campanha eleitoral a Governador do Estado de Mato Grosso. arquivo copia do autor.
Desmembrado de Nioaque, passou a
constituir município pela Lei Estadual
n.º 678, de 11 de dezembro de 1953, retificada pela Lei n.º 370, sancionada a
31 de julho de 1954. Publicado no
Diário Oficial do Estado de Mato Grosso de 14 de dezembro de 1953.
11.
A seguir a transcrição da Lei Estadual
que criou o Município de Guia Lopes da Laguna:
ESTADO DE MATO GROSSO
ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA
LEI N.º 678, de
11 de dezembro de 1953
Cria
o Município de Guia Lopes da Laguna
O GOVERNO DO ESTADO DE
MATO GROSSO:
Faço saber que a
Assembléia Legislativa do Estado decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
Artigo 1º - Fica criado no Estado de Mato
Grosso, o município de Guia Lopes da Laguna.
Parágrafo Único – O
município de Guia Lopes da Laguna terá
os atuais limites do Distrito de Paz de Guia Lopes da Laguna, no
Município de Nioaque.
Artigo 2º - O Município
de Guia Lopes da Laguna ficará pertencendo à Comarca de Bela Vista.
Artigo 3º - Esta Lei
entrará em vigor a 1º de Janeiro de 1954, revogadas as disposições em
contrário.
Palácio Alencastro, em
Cuiabá, 11 de dezembro de 1953, 132º da Independência e 65º da República.
Fernando Corrêa
da Costa
Rubens Pinto de
Arruda
12. Administração do Prefeito Interino e Nomeado
pelo Governador Fernando Correa da Costa Senhor Basílio Barbosa – 7 de Fevereiro de 1954 a 12 de Fevereiro de
1955
Instalada a nova comuna, como termo
da Comarca de Bela Vista a 7 de fevereiro de 1954.
Figura
24
- A fotografia tirada após
um almoço, temos a presença o Exmo. Sr. Primeiro Prefeito nomeado do município de Guia Lopes da Laguna, então Juiz de Paz,, o Fazendeiro Basílio Barbosa.
Fotografias2
[1]
Adaptado do Livro Guia Lopes da Laguna Nossa Terra, Nossa Gente Nossa História.
Do autor José Vicente Dalmolin
3 Padrinho de
José Bião.
4 História
dos Municípios de Mato Grosso do Sul Guia Lopes da Laguna, 1992.
5 Segundo
documento de escritura de doação incluso, foram 20 hectares a doação de
José Francisco Lopes.
7 História
dos Municípios de Mato Grosso do Sul, 1982, p. 130.
[2]
Fotografia original pertencente ao Álbum de Família da senhora Leonor Barbosa.
1 Local
próximo à saída para Jardim, estrada velha, lado esquerdo.
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