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domingo, 1 de maio de 2016

TÓPICO 11 - NIOAC E A REVOLUÇÃO DE 1930




Participação de Nioac


Escreve Demostenes Martins[1] A 3 de outubro fomos alertados de que a revolução irrompera, contara com a adesão das unidades militares do Estado e não havia mais leve reação contraria .

Vencedora a revolução com o pronunciamento da guarnição militar das três armas da Capital federal, o Presidente do Estado, Anibal de Toledo, comunicava ao Comandante da Circunscrição militar, Coronel Epaminondas de Lima e Silva, sua disposição de deixar o governo imediatamente. Informava que desde haver tomado conhecimento da deposição do Presidente Washington Luiz e da posse da junta militar, havia convidado seus substitutos legais a assumir o seu posto, mas eles se reacusaram fazê-lo.

Em resposta determinou o Coronel Epaminondas que assumisse o governo o Coronel Sebastião Rabelo Leite, Comandante geral da Polícia do Estado o que se realizou tranquilamente.

Nomeado Interventor do Estado o Coronel Antônio Mena Gonçalves, teve ele grande recepção popular em Campo Grande, onde foi empossado no Cargo pelo Comandante da Circunscrição militar.

Em Cuiabá, sede do Governo, também obteve o Coronel Antonio recepção festiva, sob entusiástico regozijo popular.

Aconteceu que Mena Gonçalves seria um bom soldado, nunca um bom administrador público.

Desinteressado dos problemas  do Estado e da solução dos mesmo, logo tornou-se objeto de um desentendimento geral.

Exposta a situação ao chefe do Governo Revolucionário, que deu-se este indiferente as justas reclamações contra o interventor, delegado da Revolução. Semelhante atitude conduziu os revolucionários mato-grossense à decisão de afastarem o Coronel Antônio do Governo, mesmo através de um movimento armado. Mobilizaram-se eles tendo como figura de prol o Coronel Laudelino Barcelos, os Drs. Eduardo Olímpio Machado, Arlindo de Andrade, Dolor de Andrade, Major do Exercito Leonel Velasco e Ulisses de Lima, lideres da aliança Liberal e porta vozes dos anseios que plasmaram a revolução.

A cidade de Rio Brilhante foi escolhida como sede da mobilização da reação contra o interventor Antonino. Ali era integral a solidariedade a esse movimento, consoante fora deliberado na reunião de Maracaju nos primeiros dias de Abril de 1931, onde se encontraram os elementos mais destacados da Revolução.

Além do apoio dos municípios do Sul as reações armadas tinham, também o do interventor de São Paulo, capitão João Alberto Lins de Barros, cuja mediação junto ao ditador Getúlio Vargas, no sentido do afastamento do Coronel Antonino, malograra.

Essa revolução foi comunicada, através do código telegráfico, em mensagem enviada ao Coronel Manoel Severiano Ferreira marques, comandante da Fortaleza de Santa Cruz, no Rio de Janeiro, para transmitir a cúpula revolucionária. Toda a articulação se fazia por intermédio dele em correspondência enviada de Nioac e era eu o Emissário. Nioac fora escolhida para esse fim por tratar-se de cidade pequena, que não despertaria suspeita e porque o Coronel Severiano Marques tinha vinculações familiares ali.

Coronel Severiano, fora Deputado Estadual, Federal e Vice-Presidente do Estado.

Marcada a data da deflagração contra o interventor Antonino, comuniquei- a ao Coronel Severiano, em telegrama cifrado que ele levou ao chefe do Governo.  Coincidiu que essa atitude semelhante era esperada no Piauí, onde o delegado da Revolução se desmandara. Ocorria portanto, uma revolução dentro da revolução – e isso despertou ao Sr. Getúlio Vargas, forçando-a  a uma atitude imediata. em resposta ao meu despacho, recebi a notícia da nomeação do Dr. Artur Antunes Maciel, em substituição ao Coronel Antonino.

Com posse do novo interventor, a 24 de Abril de 1931, renovaram-se as esperanças dos revolucionários Mato-grossenses. Logo, porém elas se deslizaram pela sua insignificante ação administrativa.

Antunes Maciel, infelizmente, além de não ter o menor conhecimento dos problemas do Estado, não era um líder esforçado e cheio de iniciativas, como muitos que a Revolução revelou. E a frustração desse segundo delegado revolucionário, gerou uma verdadeira revolta em todos os prosélitos do movimento de 1930. Essa frustração como um verdadeiro desencanto, se alastrava em quase toda a área nacional.

A Revolução de 1924

A 5 de Julho de 1924, foi deflagrado em São Paulo, o movimento revolucionário chefiado pelo General Izidoro Dias Lopes, integrados por elementos de movimento de 5 de Julho de 1922, várias unidades de Exército, sediadas em São Paulo e das Forças Publicas daquele Estado.





[1] Demostenes Martins – Memórias, Poeira da Jornada, História de Mato Grosso.

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