Participação de Nioac
Escreve
Demostenes Martins[1] A 3 de outubro fomos
alertados de que a revolução irrompera, contara com a adesão das unidades
militares do Estado e não havia mais leve reação contraria .
Vencedora
a revolução com o pronunciamento da guarnição militar das três armas da Capital
federal, o Presidente do Estado, Anibal de Toledo, comunicava ao Comandante da
Circunscrição militar, Coronel Epaminondas de Lima e Silva, sua disposição de
deixar o governo imediatamente. Informava que desde haver tomado conhecimento
da deposição do Presidente Washington Luiz e da posse da junta militar, havia
convidado seus substitutos legais a assumir o seu posto, mas eles se reacusaram
fazê-lo.
Em
resposta determinou o Coronel Epaminondas que assumisse o governo o Coronel Sebastião
Rabelo Leite, Comandante geral da Polícia do Estado o que se realizou
tranquilamente.
Nomeado
Interventor do Estado o Coronel Antônio Mena Gonçalves, teve ele grande
recepção popular em Campo Grande, onde foi empossado no Cargo pelo Comandante
da Circunscrição militar.
Em
Cuiabá, sede do Governo, também obteve o Coronel Antonio recepção festiva, sob
entusiástico regozijo popular.
Aconteceu
que Mena Gonçalves seria um bom soldado, nunca um bom administrador público.
Desinteressado
dos problemas do Estado e da solução dos
mesmo, logo tornou-se objeto de um desentendimento geral.
Exposta
a situação ao chefe do Governo Revolucionário, que deu-se este indiferente as
justas reclamações contra o interventor, delegado da Revolução. Semelhante
atitude conduziu os revolucionários mato-grossense à decisão de afastarem o
Coronel Antônio do Governo, mesmo através de um movimento armado.
Mobilizaram-se eles tendo como figura de prol o Coronel Laudelino Barcelos, os
Drs. Eduardo Olímpio Machado, Arlindo de Andrade, Dolor de Andrade, Major do
Exercito Leonel Velasco e Ulisses de Lima, lideres da aliança Liberal e porta
vozes dos anseios que plasmaram a revolução.
A
cidade de Rio Brilhante foi escolhida como sede da mobilização da reação contra
o interventor Antonino. Ali era integral a solidariedade a esse movimento,
consoante fora deliberado na reunião de Maracaju nos primeiros dias de Abril de
1931, onde se encontraram os elementos mais destacados da Revolução.
Além
do apoio dos municípios do Sul as reações armadas tinham, também o do interventor
de São Paulo, capitão João Alberto Lins de Barros, cuja mediação junto ao
ditador Getúlio Vargas, no sentido do afastamento do Coronel Antonino,
malograra.
Essa
revolução foi comunicada, através do código telegráfico, em mensagem enviada ao
Coronel Manoel Severiano Ferreira marques, comandante da Fortaleza de Santa
Cruz, no Rio de Janeiro, para transmitir a cúpula revolucionária. Toda a
articulação se fazia por intermédio dele em correspondência enviada de Nioac e
era eu o Emissário. Nioac fora escolhida para esse fim por tratar-se de cidade
pequena, que não despertaria suspeita e porque o Coronel Severiano Marques
tinha vinculações familiares ali.
Coronel
Severiano, fora Deputado Estadual, Federal e Vice-Presidente do Estado.
Marcada
a data da deflagração contra o interventor Antonino, comuniquei- a ao Coronel
Severiano, em telegrama cifrado que ele levou ao chefe do Governo. Coincidiu que essa atitude semelhante era
esperada no Piauí, onde o delegado da Revolução se desmandara. Ocorria portanto,
uma revolução dentro da revolução – e isso despertou ao Sr. Getúlio Vargas,
forçando-a a uma atitude imediata. em
resposta ao meu despacho, recebi a notícia da nomeação do Dr. Artur Antunes
Maciel, em substituição ao Coronel Antonino.
Com
posse do novo interventor, a 24 de Abril de 1931, renovaram-se as esperanças
dos revolucionários Mato-grossenses. Logo, porém elas se deslizaram pela sua
insignificante ação administrativa.
Antunes
Maciel, infelizmente, além de não ter o menor conhecimento dos problemas do
Estado, não era um líder esforçado e cheio de iniciativas, como muitos que a
Revolução revelou. E a frustração desse segundo delegado revolucionário, gerou
uma verdadeira revolta em todos os prosélitos do movimento de 1930. Essa
frustração como um verdadeiro desencanto, se alastrava em quase toda a área
nacional.
A Revolução de
1924
A
5 de Julho de 1924, foi deflagrado em São Paulo, o movimento revolucionário
chefiado pelo General Izidoro Dias Lopes, integrados por elementos de movimento
de 5 de Julho de 1922, várias unidades de Exército, sediadas em São Paulo e das
Forças Publicas daquele Estado.
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