"Está no latifúndio e na má distribuição da propriedade territorial, a principal causa da miséria e da ignorância de nosso povo. "
Luiz Carlos Prestes
Leia mais:
http://quemdisse.com.br/frase.asp?frase=96180#ixzz47LEPR57S
QuemDisse.com.br
Temas para pesquisa[1]:
Texto: Prof. Dario Xavier Peixoto
1) O que foi o movimento denominado
COLUNA PRESTES?
2) Situe-o historicamente.
3) Pesquise sobre a realidade do
município de Nioaque na década de 20, comparando-a com os dias de hoje em termos
econômicos, sociais, políticos e tecnológico.
4) O que foi a Companhia Mate Laranjeira
e qual a sua importância para a economia da região?
5) Naquela época, qual o caminho
preferencial para se chegar a Nioaque partindo-se da fronteira com o Paraguai ,
em Bela Vista?
6) Nos últimos 80 anos, ocorreram
mudanças climáticas na região de Nioaque? Em caso afirmativo, exemplifique e
aponte as prováveis causas.
Relatando lembranças
Minha
mãe, Octacilia, faleceu lúcida em
fevereiro de 2000 com 94 anos nioaquenses
bem vividos. Um dia, indo à Aldeia Brejão em nosso velho jeep, ela me
contou que ainda bem mocinha teve que se esconder por mais de uma semana
naquele local, na casa dos pais do João
Barrigudo, um índio criado por sua mãe, minha avó Amabeni. O motivo que a levou
a ter que se esconder foi que os revoltosos da Coluna Prestes estavam para
invadir Nioaque.
Continuando... lembrou
que o país vivia uma situação muito difícil.
Os comunistas queriam tomar o poder e depor o presidente Artur Bernardes
e por isto, se revoltaram em São Paulo. Os revoltosos se aproximavam de Nioaque
e a população estava apavorada. As autoridades e alguns moradores decidiram
mandar cavaleiros montarem guarda em um local estratégico, a certa distância da
cidade. Tão logo eles tivessem a certeza
que os revoltosos, decididamente,
se dirigiam para lá, deveriam voltar, o mais rapidamente possível, e tocar os
sinos da igreja de um modo já combinado. Era o aviso. Minha mãe disse que os
sinos tocaram numa certa noite. Já era bem tarde. Noite escura cortada de
raios, em que o mundo parecia que vinha abaixo. Foi só o tempo de ajeitar as
carretas e ela, juntamente com sua mãe e irmãs, Aurora e Mariquinha,
acompanhada do irmão Dodô e das crianças da casa partiram para o Brejão.
Amanhecia quando passaram pelo Monte Alto. Chegaram na aldeia no meio da tarde.
As provisões: arroz, feijão, carne seca e farinha, juntamente com as tralhas da
cozinha, já tinham sido levadas pelo João Barrigudo uns dias antes, numa tropa,
com o encargo de também aprontar o rancho. Lá ficaram por quase 10 dias. Num
final de tarde vieram avisar que a Coluna tinha tomado outro caminho; não
entrara em Nioaque e seguiu para o lado
da serra. Passado o perigo, voltaram para Nioaque, no outro dia.
Este relato fala do medo
que a Coluna provocava na população e, mostra que o povo de Nioaque já estava
acostumado com situações deste tipo... revoltas, brigas de cunho político e a
memória da Guerra do Paraguai ainda estava bem presente..., pois souberam se
precaver muito bem desta nova ameaça.
Qual o motivo do alarme
falso? Onde estavam os cavaleiros? Será que eles se precipitaram?
Para situar
historicamente estas lembranças e responder estas e outras indagações,
utilizamos sites importantes buscados na Internet, via Google[2] e
Todo Brasil[3] através
das palavras chaves, entre aspas, " Coluna Prestes" os quais
transcrevo, bem como consultas as obras disponíveis na biblioteca da
Universidade Federal de Mato Grosso do Sul:
NIOAQUE. Evolução
Política e Evolução de MT. Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul. Campo
Grande, MS. 1992, baseada na obra de Miguel A Palermo. Livraria Cruz Coutinho.
RJ. 1896. A COLUNA PRESTES. Anita
Leocádia Prestes. Editora Brasiliense . 3a edição. São Paulo, SP. 1991. A
RETIRADA DA LAGUNA. Alfredo d`Escragnolle de Taunay. Melhoramentos. MEC. 1A
Edição. Rio de Janeiro, RJ.1975
Vamos aos registros.
A
Coluna Prestes foi o mais importante movimento militar de contestação às estruturas da
República Velha, comandada pelas oligarquias tradicionais[4].
.
Introdução
A “Grande Marcha” de 1925 a 27 foi o ponto culminante de um movimento militar, denominado de Tenentismo. Esse movimento armado visava derrubar as oligarquias que dominavam o país e, posteriormente, desenvolver um conjunto de reformas institucionais, com o intuito de eliminar os vícios da República Velha.
Introdução
A “Grande Marcha” de 1925 a 27 foi o ponto culminante de um movimento militar, denominado de Tenentismo. Esse movimento armado visava derrubar as oligarquias que dominavam o país e, posteriormente, desenvolver um conjunto de reformas institucionais, com o intuito de eliminar os vícios da República Velha.
A Época
A
organização política republicana baseava-se na estrutura agrária existente,
onde a sociedade rural estava enquadrada política e eleitoralmente pelos
mecanismos de mandonismo local, dentro de um sistema marcado pelos currais
eleitorais. Dessa maneira, os grupos urbanos estavam marginalizados
efetivamente da vida política do país.
Apesar de formado por uma minoria da sociedade, as camadas urbanas conheciam um
processo constante de crescimento, que havia se acentuado principalmente com a
1° Guerra Mundial. Militares, funcionários públicos, operários, pequenos
proprietários e trabalhadores em geral, formavam uma camada média crescente,
com direitos políticos garantidos, mas na prática excluída do poder.
O descontentamento com tal situação processou-se de diversas maneiras,
destacando-se o movimento operário e o tenentismo
O
Tenentismo
O
movimento tenentista reflete ao mesmo tempo a crise da República Velha e seus
tradicionais métodos de manipulação do poder, como também as peculiaridades da
instituição militar, melhor definida politicamente desde o governo Floriano
Peixoto.
Desde o final do século XIX pode-se perceber um movimento no interior do
exército promovido pelos militares “florianistas”, que consideravam o exército
como o verdadeiro responsável pela implantação da República no país. Essa
tendência reforçou o sentimento de corpo dos militares que, a partir do governo
de Prudente de Morais, passaram a ocupar um lugar secundário na política
nacional. Sem poder político efetivo, porém organizados dentro de uma
instituição centralizada, parte dos militares enxergava a república se
corromper pelos políticos civis, que haviam se apropriado do poder. Apesar
desse sentimento de corpo e a uma certa oposição a política desenvolvida pelos
coronéis, não foi o exército como um todo que participou das rebeliões que
ocorreram na década de 20. O movimento armado foi organizado principalmente
pelos tenentes e contou com a simpatia e a participação de elementos da baixa
oficialidade (sargentos, cabos e soldados) enquanto que a cúpula militar se
manteve fiel a “ordem”.
De
uma forma geral considera-se o movimento tenentista como elitizado, na medida
em que considera que apenas o exército é capaz de eliminar os vícios da
República e dotar o país de uma estrutura política e administrativa moderna.
Apesar de terem um padrão de vida igual ao da classe média e em parte refletir
o mesmo descontentamento frente ao poder, os tenentes não podem ser
considerados como representantes desta camada, primeiro por não pretender
organiza-la, segundo por que possuíam um “espírito de corpo”, com
características bem peculiares, reforçando os interesses intrínsecos desse
grupo social.
A Coluna
Prestes
No
inicio de abril de 1925, as forças gaúchas comandadas pelo capitão Luís Carlos
Prestes se uniam com as tropas que fugiam de São Paulo. Os dois grupos que
haviam participado das rebeliões do ano anterior, mantiveram focos de
resistência e procuraram manter e fortalecer sua organização, para retomar a luta
pelo grande ideal: Salvar a Pátria. Depois de convencer os líderes paulistas da
possibilidade da vitória contra o governo e as tropas fiéis a ele, Prestes
iniciou a longa marcha afastando-se do país. A coluna atravessou o Paraguai no
final de abril e voltou ao país através do Mato Grosso.
Do
Mato Grosso, passando por Goiás, a coluna dirigiu-se para o Nordeste, atingindo
o Estado do Maranhão no mês de novembro de 1925, chegando logo depois a ameaçar
diretamente a cidade de Teresina. Em todos os momentos a maior resistência veio
das forças arregimentadas pelos coronéis.
As tropas que combateram a Coluna eram bastante diversificadas, mostrando a
disposição do governo e dos latifundiários em eliminar esse foco de rebelião. O
exército, as polícias estaduais, jagunços dos coronéis e eventualmente
cangaceiros participaram do combate à Coluna Prestes.
"Nos Estados economicamente poderosos (as oligarquias) constituíam forças
policiais organizadas como pequenos exércitos; nos Estados economicamente
fracos, armaram os próprios exércitos privados dos latifundiários. Sobre esses
dois suportes é que assentou o combate aos revolucionários tenentistas, desde
que estes empreenderam a arrancada pelo interior, com a Coluna Prestes”.
A
grande marcha realizada pela Coluna por vários estados do Brasil não conseguia
efetivamente atrair a simpatia da opinião pública; apenas em algumas ocasiões
cidades ou grupos de homens apoiaram o movimento e até mesmo passaram a
integra-lo. A idéia de que o movimento cresceria em número e em força ao longo
da marcha foi se desfazendo durante o trajeto na região nordeste. Num meio
físico hostil, ilhada pelo latifúndio, não achou nas massas do interior o apoio
necessário.
Apesar dessa significação profunda que adquiriu a Coluna, de ser ela, na
expressão dos revolucionários, a chama que mantinha a Revolução, nunca
conseguiu mais que uma sensibilização superficial nas grandes massas para as
quais dizia voltar-se. Estas não acorreram ao chamado paternal dos
"tenentes", não se colocaram sob sua proteção para, juntos, pôr nos
eixos uma República que "nascera bem", mas que se
"desvirtuara" em meio ao caminho.
A união entre as forças
gaúchas comandadas por Luís Carlos Prestes e as forças paulistas, acima
mencionada, bem como a entrada da coluna em Mato Grosso do Sul, por Ponta Porã,
é melhor descrita no site[6].
A Coluna
Miguel Costa - Prestes
Os
revolucionários que lutavam no Sul foram-se reunindo em São Luís Gonzaga (RS)
em torno de Prestes, considerado por Cordeiro de Farias, Juarez Távora,
Siqueira Campos, João Alberto e Ari Salgado Freire como o mais apto a liderar a
revolução. Em São Luís, esse grupo analisou as opções que se lhes apresentavam
para continuar a luta. Deveriam de início tentar receber armas, e munições de
Isidoro, que continuava controlando a situação na região de Foz do Iguaçu. Caso
isso fosse possível, os revolucionários prosseguiriam os combates no Rio Grande
do Sul.
Uma outra
possibilidade, se a primeira não fosse viável, seria marcharem rumo ao norte
para tentar invadir Santa Catarina. Diante dessas opções, o grupo resolveu
enviar um emissário a Isidoro para consultá-lo. Em resposta, o líder da
rebelião em São Paulo informou que seus estoques de armas e munições eram
pequenos e que o grupo deveria marchar para o norte. Nesse momento, a coluna
gaúcha, sob a chefia de Prestes, decidiu ir ao encontro de Isidoro.
Em
27 de dezembro de 1924, o núcleo inicial daquela que seria mais tarde
denominada Coluna Prestes abandonou São Luís. Os oficiais-comandantes eram os
seguintes: major Mário Portela Fagundes (1º Batalhão Ferroviário), substituído
após sua morte pelo "major" Osvaldo Cordeiro de Farias; "major"
João Alberto (2º Regimento de Cavalaria); "major" João Pedro Gay (3º
Regimento de Cavalaria), depois substituído pelo "major" Siqueira
Campos. Ao marcharem ao encontro da Divisão São Paulo, as tropas gaúchas
atravessaram o rio Uruguai na foz do rio Anta. No local chamado Queimados,
perto de Barracão (SC), Prestes empossou Siqueira Campos no comando do 3º
Destacamento, enquanto o major João Pedro Gay era destituído por haver
argumentado com a inutilidade da revolução, tentando convencer os soldados do
seu destacamento a emigrarem.
A
coluna chegou a Barracão reduzida a oitocentos homens. O coronel Fidêncio de
Melo, fazendeiro do Contestado, prometera ao general Isidoro colaborar com a
Coluna Prestes. Na prática, contudo, isso não ocorreu, deixando os rebeldes em
um momento difícil. Nessa região, os revoltosos enfrentaram as tropas do
general Paim e organizaram a defesa de Maria Preta (SC), onde Cordeiro de
Farias, com apenas 70 homens do Batalhão Ferroviário, combateu os dois mil
homens chefiados por Claudino Nunes Pereira. Lutando contra as forças do
general Paim e de Claudino Nunes, Prestes não só abandonou Maria Preta em
completa ordem, como também conseguiu enganar os dois adversários e lançá-los
um contra o outro. Em seguida uniu suas tropas às do coronel Fidêncio de Melo,
abriu uma picada no terreno sem estradas e partiu para a região do Iguaçu, onde
estavam as forças de Isidoro e Miguel Costa. Durante esse período de combates,
suas qualidades militares e de liderança foram-se afirmando perante seus
companheiros. Segundo seu próprio depoimento, essa experiência levou-o a pensar
em transformar a guerra de trincheiras, que lhe fora ensinada na Escola
Militar, em guerra de movimento.
Em
abril de 1925, no Paraná, a vanguarda da coluna fez junção com a Divisão São
Paulo no cruzamento das estradas de Benjamim com Santa Helena. No dia 12 desse
mesmo mês deu-se a conferência entre Isidoro, Prestes e Bernardo Padilha, da
qual participaram, entre outros, o coronel Mendes Teixeira e os majores Álvaro
Dutra, Delmont e Asdrúbal Gwyer de Azevedo.
Coluna Prestes. Imagem
O mapa foi extraído do livro NOVA HISTÓRIA CRÍTICA DO BRASIL de Mário Schmidt, da Editora Nova Geração.
No
encontro ficou acertado um novo plano de campanha e decidido também que o
general Isidoro partiria para a Argentina, seguido dos oficiais paulistas que o
quisessem acompanhar, para organizar uma rede de auxílio- externo ao movimento.
A ...1ª Divisão Revolucionária, sob o comando geral do
"general-de-bri-gada" (as patentes tinham caráter re-volucionário)
Miguel Costa, ficou organizada em duas grandes unidades: a Brigada Rio Grande,
comandada por Prestes, com cerca de oitocentos homens, e a Brigada São Paulo,
comandada pelo tenente-coronel Juarez Távora, com cerca de setecentos homens.
A
brigada de Prestes, que contava em seu estado-maior com o major Paulo Kruger, o
capitão Ítalo Landucci e os primeiros-tenentes Sadi Vale Machado e Nicácio
Costa, ajudantes-de-ordens, era formada pelos 1º, 2º e 3º destacamentos,
comandados respectivamente pelos tenentes-coronéis Osvaldo Cordeiro de Farias,
João Alberto Lins de Barros e Antônio de Siqueira Campos, e um corpo auxiliar,
o... 1º Esquadrão de Cavalaria Independente, comandado pelo capitão Ari Salgado
Freire. A Brigada São Paulo era composta pelo 2º Batalhão de Caçadores (2º BC),
sob as ordens do major Mário Alves Lira; pelo 3º BC, chefiado pelo major Mário
Virgílio dos Santos; o Batalhão de Artilharia Montada, sob o comando do capitão
Henrique Ricardo Holl; e o 2º Esquadrão de Cavalaria Independente, liderado
pelo capitão Jorge Danton. A coluna se organizava em quatro destacamentos que
se revezavam nas posições. Um fazia quatro dias de vanguarda, o que lhe
permitia abastecer-se de cavalos, roupas e mantimentos, e passava em seguida
para a retaguarda, onde permanecia outros quatro dias. O destacamento de
retaguarda passava então para o centro, permanecendo oito dias nessa posição.
Os destacamentos da vanguarda e da retaguarda recebiam apoio dos dois
destacamentos do centro.
Iniciada
a marcha, em 29 de abril de 1925 a coluna terminou a travessia do rio Paraná,
invadiu o Paraguai e marchou em direção a Mato Grosso. A vanguarda na invasão
de Mato Grosso era o destacamento João Alberto, que se juntou ao destacamento
Siqueira Campos para tomar a cidade de Ponta Porã (MS), que fora abandonada
pela guarnição local e invadida pelos paraguaios da cidade vizinha. Por outro
lado, as forças legalistas do coronel Péricles de Albuquerque, que se retiraram
da cidade, foram engrossadas pelas tropas procedentes de Campo Grande, atual
capital de Mato Grosso do Sul, sob o comando do major Bertoldo Klinger.
Siqueira Campos e João Alberto atacaram Klinger na cabeceira do rio Apa,
obrigando-o a se retirar em direção a Campo Grande. Os dois destacamentos
encontraram-se com o resto da coluna perto da estação do Rio Pardo, da estrada
de ferro Noroeste. Em 16 de maio a coluna estava reunida novamente e continuou
sua marcha através de Mato Grosso.
Em
10 de junho, num lugar chamado Deserto de Camapuã (MS), a coluna sofreu nova
estruturação, uma vez que, durante a campanha de Mato Grosso, surgiram
divergências entre seus integrantes. A divisão em duas brigadas, Rio Grande e
São Paulo, criara constantes atritos entre os dois chefes, Miguel Costa e
Prestes, sobre a maneira pela qual devia ser conduzida a campanha. Na entrada
de Mato Grosso, Miguel Costa pretendia sustentar um combate decisivo, mas a
opinião que prevaleceu foi a de Prestes, o qual alegou que, em vista da
diminuta munição de que dispunham, seria impossível uma vitória. Coube-lhe
então a reorganização da coluna, que continuaria sob o comando de Miguel Costa,
mas passaria a contar com um estado-maior chefiado por Prestes, tendo Juarez
Távora como subchefe e Lourenço Moreira Lima como secretário. Cordeiro de
Farias, João Alberto e Siqueira Campos continuaram no comando dos 1º, 2º e 3º
destacamentos, e criou-se ainda um 4º destacamento, sob o comando de Djalma
Dutra. Os soldados gaúchos e paulistas foram distribuídos igualmente entre os
quatro destacamentos.
Qual a
razão do receio da minha mãe e da população de Nioaque para com a aproximação
da coluna? Acervo aberto ao público pela Fundação Getúlio Vargas, no Rio de
Janeiro, traz documentos, abaixo transcritos, sobre saques e violência nas
cidades durante a marcha[7] .
Documentos inéditos do arquivo do general Juarez
Távora, um dos líderes da Coluna Prestes, comprovam um dos aspectos menos conhecidos
e mais polêmicos da épica marcha comandada por Luís Carlos Prestes, entre 1924
e 1927, por 13 Estados do País: os roubos e violências praticados por alguns
integrantes da coluna contra populações civis, em cidades perdidas do sertão. O
acervo acaba de ser aberto ao público pelo Centro de Pesquisa e Documentação de
História Contemporânea do Brasil (CPDOC) da Fundação Getúlio Vargas (FGV) - e o
filé mignon do arquivo está no dossiê sobre o movimento, composto por 586
cartas, mapas e relatórios feitos no calor da campanha.
Numa carta de 1925, escrita
para o comandante-geral da coluna, Miguel Costa, um habitante de Formosa (GO),
que assina "Dr. H. Luiz Godde", conta que um grupo de soldados
invadiu uma barraca, na qual havia escondido seus bens "com medo da
revolução", e roubou o que pôde, colocando fogo no resto. "De volta,
passaram em casa do Sr. Valente, onde se acha um rapaz doente, o quizeram matar
escapando a sanha, visto ter-se collocado de joelho a sua pobre mãe, após
retiraram-se quebrando uma machina de costura e conduziram um arreio do
rapaz", prossegue o morador, que, no início da carta, dirige-se a Costa
com familiaridade, evocando uma "amizade sincera" e simpatia pela
causa.
Depois de inventariar os
bens perdidos, Godde pede uma indenização à coluna - com uma observação
irônica: "Entre sua tropa em geral há homens que carregam nos bolsos mais
de 20.000$000 a 30.000$000. Pois se o Estado Maior não pode me indenizar por
ter poucos recursos, creio que poderá reunir facilmente de 3 a 4 contos de
réis." A narrativa do indignado goiano é um dos poucos registros
detalhados desse lado menos nobre de um movimento que mexeu nas estruturas do
País e lançou as bases da Revolução de 1930. "A documentação sobre isso é
esparsa e o arquivo de Juarez Távora pode abrir um filão interessante",
avalia o historiador Boris Fausto.
Abusos - No mais conhecido documento sobre a Coluna Prestes, o
diário escrito pelo secretário-geral Lourenço Moreira Lima, há trechos em que
ele comenta os "abusos" cometidos pelo que qualifica de
"elementos civis, que somente mais tarde se habituaram à rigidez da ordem
militar". "Ao longo da marcha, foram-se agregando aventureiros e
pessoas dos povoados atraídas pela mística da coluna, mas que, provavelmente,
mal sabiam quem era o presidente Artur Bernardes", comenta a pesquisadora
do CPDOC Regina Luz. "Não era uma tropa homogênea, ideológica, e era
difícil controlar todo o bando", afirma o jornalista Domingos Meirelles,
autor de um livro sobre a coluna, As Noites das Grandes Fogueiras.
No diário, Moreira Lima
garantia que os atos de violência ocorriam à revelia do comando e eram
severamente punidos. Isso fica claro numa dura carta, que consta do arquivo,
escrita por Miguel Costa ao major Virgílio R. dos Santos, do destacamento
comandado por Juarez Távora.
Revoltado com a
situação encontrada num povoado que não especifica - "onde reina completa
anarchia implantada pelo saque deshumano e mais ainda, vergonhoso, que aqui se
praticou", - Costa aponta:
"Requisitar o que é necessário para a tropa (...) é coisa muito diferente
do que praticar o roubo, o incêndio e todas as depravações que aqui foram
constatadas”.
Em tempo: as
requisições em nome da coluna eram adotadas por todos os destacamentos. Os
comandantes expediam papéis assinados com a relação dos bens levados pelos
soldados, para que os donos fossem ressarcidos após a vitória da revolução. Mas
o comandante-geral esbraveja contra a espoliação violenta, o excesso de consumo
de bebidas alcoólicas e lembra que as tropas precisam "captar a sympathia
que já nos era favorável". Costa determina a abertura de sindicância e
fulmina: "O procedimento da tropa que aqui esteve é o de um bando de
salteadores que envergonha não só a nossa cauza como o Br. (Brasil) inteiro”.
Mito - Elevada à categoria de mito, a Coluna Prestes, embora
figure no imaginário popular como um símbolo de idealismo heróico e estratégia
militar, é, na verdade, pouco conhecida. Se a história oficial e os livros
didáticos preferem não se deter no tema, falar de seus conflitos internos e
contradições significa mexer nos brios da esquerda. "Tratar desses
excessos tem o objetivo explícito e ideológico de denegrir a figura de Prestes
e dos participantes da coluna", - propaganda do governo Artur Bernardes.
"Era um exército em guerra e não uma passeata", compara.
"Impressionante era o prestígio que a coluna adquiriu junto às populações,
que a recebiam em festa."
Por exemplo, no
diário da coluna, Moreira Lima narra a chegada das tropas em Arraias (GO): a
população "levantando arcos triunfais", uma banda desafinada tocando
sem parar, missa campal e um discurso emocionado de Juarez Távora.
Num
controvertido livro que escreveu sobre a coluna, O Avesso da Lenda, no qual
narra as violências cometidas pelas tropas, baseada em entrevistas com velhos
moradores dos lugarejos, a jornalista Eliane Brum conta que a saudação efusiva
aos rebeldes não foi exatamente fruto da simpatia da população. O filho do
prefeito de Arraias na época disse à jornalista que a festança foi uma
estratégia do pai, Hildebrando de Sena e Silva, para não ter problemas com as
tropas. "O pai achou foi um jeito de escapar daquela encrenca sem
destroçar a cidade", afirmou Agenor de Sena e Silva no livro. Irrita-se a
filha de Prestes, Anita Leocádia, historiadora e autora de A Coluna Prestes.
Ela argumenta
que não há guerras, nem exércitos sem esses excessos e lembra que as tropas
enfrentavam um clima de hostilidade, criado pela contrarrevolução.
Garantias - No arquivo de Távora há indicações de que as
boas-vindas à coluna ocorreram realmente de caso pensado. Lavrado em cartório
em 22 de setembro de 1925 e assinado por 58 mulheres de Arraias, um
abaixo-assinado encaminhado a Miguel Costa, Luís Carlos Prestes e Juarez Távora
pouco antes da chegada da coluna é um primor de diplomacia. "As
abaixo-assinadas, na maioria mães de família da sociedade de Arrayas, (...)
veem pela presente representar em nome de toda a população, aos Exmos. e
heróicos Chefes pedindo garantias à honra, à vida e bens dos habitantes e
jubilosos aguardarão a entrada dos paladinos da campanha gloriosa que tem por
meta a reorganização social, financeira e política de nosso estremecido
Brazil", dizem.
Depois de mais
elogios à causa, as senhoras de Arraias dizem lamentar que "o flagelo da
epidemia grippe e a falta de viveres privam-n'as do prazer de dar-lhes a
carinhosa hospitalidade que merecem" e terminam afirmando: "Certas de
serem atendidas pelos Salvadores da Pátria, desde já agradecem e ficam sem
receio de dissabores." Para Eliane Brum, registros como esse servem para
mostrar que a Coluna Prestes é mais interessante do que o mito. "A
História fica muito pobre se narrada apenas de um ponto de vista", aponta.
Em um ponto, Octacilia
estava errada. Segundo o Núcleo Luiz Carlos Prestes[8] os
revoltosos não eram comunistas. Não pertenciam ao partido. O próprio Prestes só
passou a pertencer ao partido quando, durante o seu exílio, após a dissolução
da coluna na Bolívia, esteve na Rússia, de lá voltando com Olga Benário para
assumir a sua direção.
Mas..., para terminar. Onde
estavam os cavaleiros que espreitavam a coluna? Em que local? A que distância
se encontrava de Nioaque?
A filha de Prestes, Anita
Leocádia, pesquisou a história da Coluna Prestes. Esta pesquisa lhe rendeu o
título de Doutora em História, cujos resultados estão narrados no livro “A
Coluna Prestes” já referenciado.
Transcrevemos, aqui, o
trecho do livro que menciona o trajeto da coluna, quando esta invadiu o sul do
hoje Mato Grosso do Sul, tomando, primeiramente, a cidade de Ponta Porã.
"Para
surpresa do comando militar legalista, que não acreditava na capacidade dos
rebeldes realizarem tamanha façanha, a Coluna ingressava no Sul de Mato Grosso.
Enquanto a vanguarda — feita naquele momento pelo destacamento de João Alberto
— avançava em direção ao Patrimônio da União e Ponta Porã, combatendo com
êxito as tropas governistas acantonadas na região, pertencentes ao j72 BC, e um
regimento de “patriotas” sob a direção
do “coronel” Mário Gonçalves , o grosso da Coluna via-se forçado a aguardar os
elementos da artilharia, que se deslocavam através da Serra de Maracaju com
grande atraso, devido às dificuldades do caminho montanhoso e irregular
Os chefes rebeldes haviam ordenado que a
artilharia fosse abandonada em território paraguaio, pois se tornara impraticável
o seu emprego na “guerra de movimento”, na qual a rapidez de deslocamento seria
uma das condições fundamentais para o êxito de qualquer campanha. Mas essa
Bateria, comandada pelo capitão Henrique Ricardo Hall, que substituíra Filínto
Müller após a sua deserção, insistia em conduzir os canhões até o território
nacional. Finalmente, os canhões seriam escondidos cm terras da fazenda
Jacarei, no Sul de Mato Grosso, tendo parte da guarnição de artilharia
desertado para o Paraguai e o capitão Hall emigrado por motivo de saúde.
No início
da campanha de Mato Grosso, a Coluna lançava seus destacamentos em diferentes
direções, visando assegurar o terreno para o futuro deslocamento para o Norte.
Enquanto João Alberto se movia em direção a Ponta Porã — que havia sido
abandonada pelas forças governistas chefiadas pelo coronel do Exército Péricles
de Albuquerque —, ocupando-a sem encontrar nenhuma resistência, era enviada uma
flanco-guarda móvel, sob o comando de Cordeiro de Farias, até o Porto de Dom
Carlos, na margem direita do Rio Paraná, a fim de garantir o grosso da Coluna
contra possíveis investidas das tropas inimigas. Entrementes, o restante dos
rebeldes marchava na direção de Zacaró e Patrimônio da União, sendo que o
batalhão Virgílio dos Santos ocupava Porto Felicidade, no Rio Amambaí, e, em
seguida, a vila de Campanário, sede da empresa “Mate Laranjeira”. O destacamento
de Siqueira Campos também se dirigia para Ponta Porã, com objetivo de reforçar
a tropa de João Alberto. Alguns dias depois, chegaria à cidade o general Miguel
Costa, que havia deixado o quartel-general acantonado cm Patrimônio da União3.
Enquanto o grosso da Coluna, tendo passado
entre a ponte do Amambai e a vila de Campanário, se deslocava para Dourados,
visando atravessar a estrada de ferro “Noroeste do Brasil” entre Campo Grande e
Rio Pardo, os destacamentos João Alberto e Siqueira Campos — que, naquele
momento, cumpriam o papel de flanco-guarda-esquerda e aos quais eram em geral
confiadas as missões mais difíceis e perigosas — se empenhavam em sérias escaramuças
com tropas governistas, nas cabeceiras do Rio Apa, para onde haviam recuado as
forças do coronel Péricles de Albuquerque.
Os legalistas, que combatiam naquela
região, haviam sido reforçados com uma tropa procedente de Campo Grande, sob o
comando do major do Exército Bertoldo Klinger. Ele passara a dirigir os mais de
mil homens que constituíam o efetivo governista, contando com muitas
metralhadoras e abundante munição. João Alberto, dispondo de menos de 300
homens, duas metralhadoras e escassa munição; não vacilaria, contudo, em
investir contra o adversário, revelando audácia, iniciativa e combatividade.
Como assinala Prestes, era um homem de muita coragem, atirado e até mesmo um
tanto aventureiro, não poupando seus soldados nos momentos que julgava
decisivos4.
Diferentemente
de João Alberto, Siqueira Campos — cujo destacamento não chegara a tempo de
participar do combate do Rio Apa — mostrava-se mais prudente, cuidando de
poupar seus soldados sempre que possível. Segundo Prestes, Siqueira também era
muito valente e sério; e revelaria uma grande capacidade de mobilizar os
jovens, que o seguiam com entusiasmo. Durante a Marcha da Coluna, lhe seriam
confiadas diversas retaguardas difíceis, e Siqueira cumpriria com brilhantismo
todas as missões que lhe foram entregues.
O combate do Rio Apa prosseguiria
durante dois dias, de 13 a15/5, quando os
destacamentos de João Alberto e Siqueira Campos, desviando-se do inimigo,
marcharam para a Serra do Amambaí, formando novamente a flanco-guarda esquerda
da Coluna. Nessa ocasião, desertava o esquadrão do “coronel” gaúcho João Silva,
indo refugiar-se no Paraguai. Da mesma forma, abandonavam a 1 ~ Divisão
Revolucionária o major Coriolano de Almeida Júnior e os tenentes Cunha e Raff,
que se haviam levantado em São Paulo6.
Finalmente,
na segunda quinzena de maio de 1925, a
Coluna estava de novo toda reunida, marchando vitoriosa em direção ao Norte,
após vários combates e escaramuças”.
Pelo mapa do trajeto da
coluna em Mato Grosso do Sul, apresentado ao final do texto, fica evidente que
as forças que ameaçaram Nioaque eram comandadas pelo major Siqueira Campos que
na fotografia do comando da coluna aparece sentado, o segundo a ser contado a partir da esquerda, seguido de
Prestes, Miguel Costa e Juarez Távora. Siqueira Campos a frente de um destacamento, atuava como
volante cobrindo e dando proteção ao flanco esquerdo da coluna que seguia para
Dourados. Pelas palavras da minha mãe, "Siqueira Campos era
terrível". Tais palavras denotavam um misto de receio e admiração.
Calculando, em linha
reta, pela escala deste mapa, (1/2.750.000) verificamos ser de aproximadamente
4 léguas ( 24 Km ) a distância entre a cidade de Nioaque e o ponto de maior
aproximação ao qual chegou o destacamento de Siqueira Campos. A coluna seguia a
antiga estrada de rodagem para Campo Grande. Ao alcançar, segundo nos parece,
as proximidades do que é hoje a Colônia Bálsamo, mais precisamente a uma légua
a sudoeste daí, o destacamento de Siqueira Campos abandona esta estrada e se
dirige para o rio Vacaria, situado ao nordeste da cidade de Entre Rios, hoje
Rio Brilhante, para encontrar o restante da coluna.
Para alcançar Nioaque, o
destacamento de Siqueira Campos vindo das cabeceiras do Apa, deveria abandonar
a estrada para Campo Grande e, seguindo à esquerda, transpor o córrego Canindé.
Deste ponto, pelos mapas atuais do Estado de Mato Grosso do Sul, (escala
1/1.000.000. Ed. Trieste ) a cidade
dista pouco mais de 2 léguas, seguindo
pela sua margem esquerda. Este
caminho que demandava à fronteira, em Bela Vista, no qual partindo de Nioaque,
alcançava o Canindé seguindo-se a travessia dos córregos Desbarrancado, Santo
Antônio e Feio ou de lá retornava, como era o sentido da Coluna Prestes, já
tinha sido utilizado pelas tropas brasileiras na Guerra do Paraguai. Taunay, em
"Retirada da Laguna" menciona
por duas vezes a travessia do Canindé. A primeira quando deixaram a vila de
Nioaque em direção a Bela Vista, transpondo os Córregos Canindé e os demais já mencionados. Por fim, quando retornaram do
Paraguai, por um caminho indicado pelo guia Lopes, fugindo das tropas
paraguaias, atravessaram o rio Miranda e após sete léguas alcançaram e
transpuseram o Canindé. Percorrendo mais 2 léguas, chegaram à Nioaque acampando
na margem esquerda do rio do mesmo nome. Em nenhum momento Taunay menciona
travessias do córrego Buriti, indicando que para se alcançar a cidade de
Nioaque partindo da fronteira, uma vez transposto o Canindé dever-se-ia
acompanhar, sempre, as margens esquerdas dos rios Canindé e Nioaque. No mapa
contido no Projeto "Retirada da Laguna" que pesquisou o trajeto das forças brasileiras, vê-se o
trajeto do avanço sobre o Paraguai em verde, passando por Nioaque, e em azul a
retirada a partir de Bela Vista[9].
O trajeto de Siqueira
Campos ao se aproximar de Nioaque, pelo mapa da Dra. Leocádia Prestes,
assemelha-se ao caminho indicado pelo
projeto para o avanço das tropas brasileiras (traçado verde), mostrando
que este, a sessenta anos atrás, já era um caminho utilizado. “Uma estrada aberta, firme” segundo Taunay.
Feito as contas,
parece-nos que o destacamento de Siqueira Campos passou a aproximadamente 2
léguas, no máximo 3 léguas, da travessia do Canindé em seu caminho para o
Vacaria.
Acreditamos, e aí o que
conta já é a nossa imaginação, que
Siqueira Campos alcançou esta posição no entardecer do dia 15 de maio de 1925, após os combates com as
forças de Klinger, nas cabeceiras do Apa, que aconteceram, entre os dias 13 e
15 daquele mês.
O entardecer prenunciava
muita chuva para a noite e o tempo deveria esfriar. O vento sul soprava
anunciando a chegada do inverno. Antigamente, os meses de maio eram bem mais
frios quando comparados aos de agora. Nos últimos 80 anos, a temperatura média
do planeta vem sofrendo aumentos seguidos, conforme indica os dados divulgados
pelo site do Ministério de Ciência e Tecnologia brasileiro[10].
.
Naquele final de tarde,
em particular, a ameaça de chuva indicava, talvez, a aproximação da primeira
frente fria do ano.
Siqueira Campos ali
acampou para, no dia seguinte, prosseguir com destino as cabeceiras do rio
Vacaria, pelo Turvo, abandonando, como já foi dito a estrada que se dirigia a
Campo Grande.
Esta nova rota, tinha dois objetivos:
1. Evitar novos confrontos com as
tropas do governo, comandadas por Klinger, que após os combates da Cabeceira do
Apa, retornaram para Campo Grande. Siqueira Campos, segundo Prestes “era
prudente e cioso da segurança dos seus soldados” Prestes, considerava necessário saber recuar
no momento certo, evitando, assim, maiores perdas para os rebeldes, que se
encontravam em posição de grande inferioridade militar.
2. Fazer contato, rapidamente, com o
restante da coluna que se dirigia para Ribas do Rio Pardo.
Nas matas do Canindé, bem ali,
estavam os nossos cavaleiros. Escondidos nas proximidades do acampamento de
Siqueira Campos, os nossos heróis, avaliavam que decisão deveria ser tomada.
Era uma decisão que envolvia muitos riscos, pois não se sabia qual o caminho
que Siqueira Campos tomaria, tão logo o dia amanhecesse.
Continuaria, pela
estrada, seguindo para Campo Grande ou atravessaria o Canindé para saquear
Nioaque? Deveriam esperar amanhecer para
saberem quais os seus planos?
Concluíram que o melhor
que tinham a fazer era, isto sim, esperar o escurecer e, na segurança da noite,
voltarem para Nioaque e avisar a população.
Avisadas com
antecedência, as famílias teriam toda a noite para se preparar e cuidar da
segurança, principalmente das mulheres e crianças.
As forças de Siqueira
Campos estavam a cavalo e para uma tropa descansada, uma distância de 4-5
léguas, é percorrida em muito pouco tempo.
Como minha mãe dizia:
__ "Seguro morreu de velho”!
Seguem-se os mapas do Trajeto da Coluna Prestes em
Mato Grosso do Sul e do Trajeto da Retirada da Laguna, pela ordem.
Fonte dos dois mapas acima:
PRESTES, Anita Leocádia- "Uma Epopeia
Brasileira: a coluna Prestes".
São Paulo: Moderna, 1995.
http://silviovanerven.blogspot.com.br/
NIOAQUE E A COLUNA PRESTES
Material especialmente
preparado pelo prof. Dario Xavier Pires - Depto. de Química da Universidade
Federal de Mato Grosso do Sul - para a Biblioteca Municipal de Nioaque Dario
Pires Peixoto.
Esperamos estar
contribuindo para manter viva a história de Nioaque.
Campo Grande, MS - Fevereiro de 2002
Estas páginas
estão aqui, para que você complemente o
texto com mais informações.
[1] NIOAQUE E A COLUNA
PRESTES
Material
especialmente preparado pelo prof. Dario Xavier Pires - Depto. de Química da
Universidade Federal de Mato Grosso do Sul - para a Biblioteca Municipal de
Nioaque Dario Pires Peixoto.
As
alterações por mim efetuadas foram somente na estruturação didática e
formatação do texto. O Conteúto é de
inteira pesquisa do prof. Nioaquense Dario.
[9] http://www.retiradalaguna.hpg.ig.com.br/projeto.html
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